terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Resultado da 1° enquete

QUE NOTA VOCÊ DARIA PARA A ADMINISTRAÇÃO DE NITERÓI?
MENOR QUE ZERO 4 (30%)
ZERO 4 (30%)
ENTRE UM E CINCO 5 (38%)
ENTRE CINCO E DEZ 0 (0%)
MAIOR QUE DEZ 0 (0%)
Votos: 13
Enquete encerrada
COMUNIDADE BELTRÃO

Comunidade pede socorro-2º parte



fotos e textos:fabio da silva barbosa (kabullozi)

luiz henrique peixoto caldas (luffy)





















Vizinha da Alarico de Souza, a Beltrão compartilha com essa comunidade irmã os desgostos de ser esquecida pelo estado, que deveria olhar por elas. Como na anterior, a associação não tem sede. Suas reuniões e eventos ocorrem no depósito de caçambas Camboatá, situado na Travessa Beltrão n° 113, que pertence ao velho amigo da comunidade João Bosco Correia. O Presidente Carlos Henrique de Oliveira tece mil elogios a esse companheiro que já os ajudou diversas vezes, como quando cedeu várias caçambas para retirar entulho na construção do campo de futebol.

Há quatro anos na Presidência, Carlos conta que o desinteresse das autoridades é grande e que com a única bomba que tem não é possível abastecer todo lugar. Moradores nos informaram que em certas localidades não tem água nem para beber.
A companhia, Águas de Niterói, embora tenha comparecido com presteza quase no mesmo momento em que foi chamada não conseguiu resolver o problema da bomba que havia queimado na quarta feira 19/09/07 na hora, deixando não só quem já tem o problema como rotina, mas toda comunidade sem água, já que não possui bomba reserva. O registro não pode ser fechado por estar cheio de lama, detritos e pedras.

Existe um processo no ministério público há 3 anos tratando do problema d’água e sobre cobrança indevida de moradores que vivem nessa área desabastecida. O Presidente usa o raciocínio lógico de que se a pessoa não recebe água, por que ela deveria pagar. Embora esteja certo, tem consciência de que esse tipo de processo demora a dar resultado.
A Rua Otavio Lemgruber, além de sofrer com a eterna falta d’água, ainda nos foi informado que enfrenta outro problema. Já que na localidade tem outra rua com o mesmo nome, as correspondências muitas vezes chegam ao lugar errado. João Bosco nos falou um pouco sobre isso: “Em Rua de bacana isso não acontece. Tem até briga para ver qual nome vai botar. Troca de nome toda hora. Enquanto aqui, além de rua sem nome ainda tem rua com nome repetido."
Saneamento é coisa que não existe. Uma vala de esgoto corta toda comunidade, passando pelas portas de residências e margeando o caminho feito pelos moradores. João Bosco lembrou do tempo em que por ali passava água límpida. Falando em limpeza, a queixa sobre a quantidade insuficiente de garis também se repete aqui, mas com um agravante, eles têm apenas um gari para toda comunidade.
O caminho que vai para Alarico de Souza, muito usado pelas duas comunidades é uma trilha acidentada. A Secretaria de Integração comunitária teria se comprometido com ambas a 8 meses atrás em melhorar as condições de acesso entre elas.

No inicio da rua que foi asfaltado não foi posto quebra molas, o que já ocasionou 2 atropelamentos. Os carros entram em alta velocidade enquanto varias crianças estão passando.
A quadra onde era o Grêmio Recreativo Acadêmicos do Beltrão, mesmo precisando de reparos, tem abrigado alguns eventos, como o pagode que acontece aos sábados e tem como função para a associação poder arrecadar um fundo de reservas que se possa contar em casos de emergência. No ultimo pagode o dinheiro da entrada foi substituído por 1 quilo de alimento não perecível, a serem distribuídos para os mais carentes. Dona Tereza é outra a se beneficiar da velha quadra. Perdeu a casa e tudo que tinha dentro durante uma enxurrada. Dês de então passou a morar por lá.
As pessoas apesar de chateadas com tudo isso, vivem com o máximo de dignidade. Os irmãos Carlos Eduardo e Rafael Carvalho Santos resolveram o problema do desemprego com criatividade. Montaram um lava jato em frente ao campo de futebol no início da travessa Beltrão de onde tiram sua renda. A geral é R$12,00, só por fora R$6,00 e moto também R$ 6,00.
No próximo mês espera-se a chegada de dois projetos, já que até o momento não há atuação de nenhuma Ong na comunidade. Um deles é o Funcab, uma Ong que presta serviços para o Viva Rio. O outro não souberam explicar bem do que se tratava, mas seja o que for, se trouxer o bem, será por eles recebido de muito bom grado.