quinta-feira, 31 de julho de 2008

GALERIA DE FOTOS - É AGORA OU JÁ

POR: FABIO DA SILVA BARBOSA
& LUIZ HENRIQUE PEIXOTO CALDAS


andré luiz





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PERSEGUIDORES


E POR FALAR NISSO... COMO ANDAM NOSSOS AMIGOS INDÍGENAS DE NITERÓI?

ENVIADOS POR: WINTER BASTOS
RETIRADO DO CMI

Em favor dos Guarani de Camboinhas
Por Mary Gaspari ( Email: musadetodasasartes@yahoo.com.br)
Elite que constrói condomínios de luxo sobre sambaquis de oito mil anos se diz preocupada com questão ambiental e acusa descaradamente os índios Guarani Mbyá de estarem degradando o meio ambiente.
Na região de Camboinhas é possível encontrar sítios arqueológicos, os sambaquis, que são cemitérios indígenas de mais de oito mil anos. O descaso da Prefeitura de Niterói se reflete no fato de que a especulação imobiliária avança cada vez mais sobre o meio ambiente. Há um edifício construído em cima de um sambaqui. ?Condomínios ecológicos? conseguem facilmente licitação para se proliferarem sobre áreas como a Serra da Tiririca, Itacoatiara e Pé Pequeno.
A área de cinco sambaquis da praia de Camboinhas já havia sido liberada para a construção de mais condomínios de luxo, prevendo dez mil novos moradores na área. Foi quando um grupo de índios Guarani, vindos de Paraty-Mirim, ocupou uma pequena área da praia, próxima a um sambaqui, com a intenção de preservar o sítio arqueológico, a memória de nossos antepassados e o meio ambiente ameaçado pela ganância da especulação imobiliária e pela omissão governamental. A área onde hoje é o município de Niterói, no passado foi morada de muitos dos povos originários do Estado do Rio de Janeiro.
Só o direito de ocupação das terras pelos índios já deveriam ser assegurados. Com a expulsão dos invasores franceses, Araribóia recebe dos portugueses a doação de toda a área de Niterói pela aliança da Confederação dos Tamoios com os portugueses. Até pouquíssimos anos atrás, os moradores de Niterói pagavam um imposto especial por estarem ocupando terras indígenas. Essa verba nunca chegou a quem era de direito, os índios.
Apesar de tudo isso, um grupo de moradores de Camboinhas se sentiu no direito de recorrer ao Ministério Público, representados pela Sociedade Pró Preservação Urbanística e Ecológica de Camboinhas (Soprecam), para exigir a desocupação da área pelos Guarani sob o argumento de que esses estariam degradando a natureza. Ironicamente, a Soprecam não se manifesta contra os condomínios de luxo que, esses sim, destroem irreversivelmente a vegetação, os sambaquis, as espécies naturais e poluem as águas jogando inclusive esgoto no mar, que não conhecia poluição quando Camboinhas era uma vila de pescadores artesanais, antes das primeiras edificações de luxo.
Não é segredo para ninguém que a relação dos índios com o meio ambiente é uma relação de auto-sustentabilidade e sobretudo de respeito e preservação. A classe dominante de Niterói, com o apoio da mídia que sempre serviu à elite, tentam nos convencer com mentiras preconceituosas que, em uma área onde condomínios de luxo são construídos em total desrespeito ao mar, às águas, à floresta e aos sambaquis, um pequeno grupo de índios Guarani, que ocupam uma área mínima, representam algum tipo de ameaça ao meio ambiente. Obviamente, a preocupação dessas pessoas não é o meio ambiente e sim o dinheiro que vão perder com a retomada da terra indígena. Além é claro da discriminação racial, social e cultural típicas da elite brasileira, sobretudo carioca, que se fez sobre um cerne escravocrata, de exploração desordenada da terra. Uma elite que está calcada na velha oligarquia, a mesma que, em um país que mantém até hoje seu complexo de corte, não admite dividir o mesmo espaço (e se acredita dona de todos os espaços) que os eternamente subalternizados índios. A violência e a discriminação ficam evidentes quando reduzem a arte milenar Guarani pejorativamente a ?camelódramo?. Acredito que ninguém se incomodaria se uma empresa européia se instalasse na área para comercializar artigos importados, tamanha a necessidade dessa elite de se sentir colonizadora ao invés de colonizada, renegando ao máximo o que realmente são.
Definitivamente devo crer que por aqui, a questão do meio ambiente parece bem flexível. Sim, flexível. Ela muda de acordo com os interesses hegemônicos. Transformar uma área de restinga em bairro de luxo é uma questão de progresso, logo justificável. Reconhecer o direito indígena de permanecer numa terra que lhe é de direito é caso de polícia. De fato, a relação da burguesia com o meio ambiente é uma relação sobretudo econômica.
Não fosse assim, um pequeno grupo de índios, instalados em uma pequena área de restinga não incomodariam tanto ao ponto de receberem ameaças de morte todos os dias por parte de homens armados que rondam a aldeia dia e noite, defendendo os velhos e conhecidos interesses dos de sempre.
postado em
www.midiaindependente.org
às 17h05min de 09/07/2008



O que precisamos entender sobre o caso da Aldeia de Camboinhas.
Por Leandro Basil
21/07/2008 às 15:29
Tacaram fogo na aldeia dos Guarani em Camboinhas! Veja o vídeo:
http://br.youtube.com/watch?v=zrxSCkJo7aI

O que precisamos entender sobre o caso da Aldeia de Camboinhas, é que:
Há milhares de anos, o povo Guarany vive em harmonia com os elementos da natureza, com os seres, com as pedras... plantando sua roça consorciada (método hoje conhecido como agrofloresta), preservando a água, as plantas, respeitando as épocas e cios da terra... nomeando e dando vida as coisas a sua volta.
O nome Niterói, por exemplo, é Guarany; e quer dizer Baía ou enseada, nome que eles chamavam a atual Baía da Guanabara. Carioca, Guanabara, Itaipu, Piratininga... entre outros nomes de localidades do entorno do Rio de Janeiro, também de origem tupi-guarany, são exemplos da dimensão desse povo que aqui vivia de maneira "sustentável" e naturalista muito antes de nós.
Há 500 anos, a cultura ocidental atropelou o Saber Ecológico e espiritual da cultura ameríndia. Queimando tribos, matando índios aos borbotões.
Hoje, vemos que o "processo civilizatório" continua em voga atropelando a cultura índigena e seu Saber Ancestral enquanto o sistema capitalista caminha rapidamente (lembremos o PAC, plano de aceleração do crescimento) para o colapso e para o caos absoluto.
Acusar os Guarany de degradação ambiental é um absurdo, como afirmou o Cacique Darci, enquanto centenas de prédios estão ocupando uma área de restinga que foi misteriosamente subtraída, há alguns anos atrás, da área de preservação integral que delimitava o Parque da Serra da Tiririca.
Vejam também o discurso do Cacique Darci na Audiência pública na câmara dos vereadoresde Niterói:
Nós temos muito a aprender com os índios Guarany!!
Precisamos reaver nossa postura histórica, ainda que tardiamente!!
Viva os Tamoios, povos defensores da saúde da Terra!!!
Não deixemos que os Guarany Mbya sejam tirados de lá!!!
Ahooo
(TIRADO DA PÁGINA DO CENTRO DE MÍDIA INDEPENDENTE)

Incêndio Criminoso destrói aldeia indígena Guarani na Praia de Camboinhas em Niterói

Numa atitude covarde, criminosos destruíram, no último dia 18, a aldeia Guarani instalada desde abril na praia de Camboinhas, endereço nobre na região oceânica de Niterói, na Grande Rio de Janeiro. O incêndio ocorreu no momento em que os homens do grupo participavam de uma reunião em outro ponto do bairro. Somente mulheres, crianças e um índio estavam na aldeia. O fogo deixou ferido o indígena Joaquim Karaí Benite, de 43 anos, que teve queimaduras de segundo grau nas costas e no braço esquerdo. De acordo com a Polícia Civil, o incêndio foi criminoso. Lídia Nunes, de 67 anos, espécie de líder do grupo, ouviu quando um homem gritou: "Olha os índios pegando fogo!". Segundo Lídia, ele correu em direção ao canal que divide as praias de Camboinhas e Itaipu. Quando o fogo começou, havia muitas crianças no local. As índias correram para tirar três bebês, um de 11 meses, um de 1 ano e outro de 1 ano e 3 meses de uma das ocas.
Em todo o Brasil, os indígenas se organizam para retomada de seus territórios tradicinais com base em seus direitos originários, no artigo 231 da constituição federal e na declaração dos diretos dos povos indígenas assinada pelas Nações Unidas em 2007. Segundo declaração de Márcio Meira, presidente da FUNAI, a população indígena tem crescido nos últimos anos, isso demonstra que as pessoas estão perdendo o medo de se declararem como indígenas e assumindo a sua origem ancestral. As elites brasileiras temem que o povo assuma sua origem indígena, e busquem conhecer mais sobre a espiritualidade e sobre as categorias da cosmovisão dos povos nativos, já que tais modos de ver e lidar com a realidade colocam a civilização do consumo e descarte em xeque.
Por isso, segue a guerra simbólica nos meios de comunicação de massa e demais aparelhos ideológicos do estado no intuito de conservar a visão romântica do "índio" no ideário da sociedade, reforçando estereótipos preconceituosos. A homogenização da identidade nacional é um recurso de dominação cultural usado pelas elites desde o tempo da Colônia e do Império, vide a menção aos indígenas na lei das Sesmarias e lei das terras de 1850. O incêndio da aldeia Guarani em Camobinhas, as declarações absurdas do Governador José Roberto Arruda em relação ao Santuário dos Pajes, o caso da demarcação da Raposa Serra do Sol, o caso da expulsão da Comunidade Guarani de Eldorado-RS da porta da FEPAGRO, e muitos outros casos recentes são exemplos de intolerância dos poderes institucionais e da elite brasileira. A restência que já completa mais de 500 anos segue!
(tirado de
www.midiaindependente.org)