segunda-feira, 1 de setembro de 2008

COMUNIDADE PESQUEIRA DE ITAIPU



POR:FABIO DA SILVA BARBOSA

E LUIZ HENRIQUE PEIXOTO CALDAS

COLABORAÇÃO:TAYANA E LUCIANA


A Praia de Itaipu é muito conhecida por seu ambiente agradável e tranquilo. Muitos pescadores são vistos desembarcando seus peixes durante todo o dia, enquanto os bares vendem seus petiscos e bebidas geladas. Mas, nesse aparente ambiente perfeito, existem conflitos. Esses conflitos são resolvidos pela Associação dos Comerciantes e Moradores de Itaipu (ACOMPI), que está sendo presidida atualmente por Léo Velasques e a Associação Livre dos Pescadores e Amigos da Praia de Itaipu (AlPAPI), presidida por Jorge Nunes, conhecido como Xico. Os pescadores contam ainda com a ajuda da Colônia Z7, presidida por Aurivaldo José Almeida, o Barbudo.
A colônia Tem uma história centenária. Antigamente elas eram utilizadas pela marinha para ajudar no patrulhamento das costas marítimas do país. Com o acesso a novas tecnologias ela se desligou da marinha, sendo entregue aos próprios pescadores, para que as administrassem. “Na verdade, inicialmente a administração era feita por interventores do governo. A marinha se desligou, deixando pessoas que tinham a incumbência administrativa definida por indicação política. Foi uma época muito ruim. Perdemos tudo que a marinha nos deixou. Há aproximadamente 10 anos é que o pescador retomou as colônias. Foi um recomeço.” Contou Barbudo.
Barbudo ainda falou da desigualdade que a pesca artesanal enfrenta, frente à pesca industrial. A falta de cuidado dos banhistas com a limpeza da praia também foi levantada como um grave problema. Barbudo ainda criticou os arrastões, classificando como a pesca mais predatória que existe.


BARBUDO DURANTE A ENTREVISTA

Apesar dos problemas, Barbudo falou com prazer da festa de Itaipu. “Tive de enfrentar muitos problemas para manter essa festa. Até ameaças sofri.” Outro motivo para alegria é o posto médico que se encontra no prédio da colônia e os cursos administrados no local, como o de ervas medicinais.

A ALPAPI é um nome reconhecido por todos os pescadores da região

Enquanto a ACAMPI cuida da parte comercial da praia, a ALPAPI tenta suprir as necessidades dos pescadores. Anualmente a associação organiza no Dia das Águas a limpeza da Lagoa e da Praia de Itaipu. O projeto é feito com a ajuda de vários órgãos governamentais, escolas e até os escoteiros “Estamos estudando meios de diminuir o impacto ambiental, da atuação do homem em nossas praias.” Informa Xico. A ALPAPI ainda está colaborando com a defesa da aldeia indígena que está instalada em Camboinhas.
Xico é membro dessa associação há muito tempo e recebeu esse apelido como herança de um antigo pescador. Ele acredita que o pescador tem obrigações com o meio ambiente e nos explicou que a associação foi criada em 1988 pela pastoral da pesca. O nome do Frei Alfredo , com experiência nesse tipo de organização, foi lembrado como um importante membro que ajudou a orientar os pescadores nessa nova empreitada. As associações sã pescadores que se unem a parte das colônias, para lutarem por seus direitos.

FALA CHICO

Uma crítica importante feita por Xico é que muitas pessoas que estão recebendo o defeso (dinheiro que o pescador ganha na época que certas espécies não podem ser pescadas) sem serem pecadores. Outra necessidade que foi exposta é a falta de um ambiente ajustado as necessidades do pescador. “Quando a gente limpa o peixe, não tem onde jogar os dejetos. Se o dinheiro fosse pago só para as pessoas que merecem, sobraria para investir nesse outro lado. Tem até taxista recebendo esse dinheiro.”