sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

CESAC EM CONTATO


Ja faz algum tempo estamos cientes de algumas turbulencias ocorridas na aldeia de Camboinhas, mas resolvemos esperar até que algum dos grupos envolvidos diretamente nessa luta pela preservação dos sambaquis se pronunciasse a respeito. Já que parece julgarem esse ser o melhor momento, estamos abrindo espaço para o Cesac, que foi um dos primeiros a se pronunciar oficialmente. O espaço está aberto a outros grupos e pessoas que queiram expor seu ponto de vista. Lembramos apenas que esse é um espaço para construção, logo não aceitaremos simples bate bocas. Mantenham um bom nível nos debates de forma que seja proveitoso para todos.
FSB&LHPC


Luta Indígena em Camboinhas - Carta do CESAC Aberta ao Público


O CESAC – Centro de Etno-conhecimento Sócio-cultural e Ambiental CAUIERÉ, entidade associativa sem fins lucrativos de defesa de direitos e interesses indígenas registrada no RCPJ/RJ sob o nº 490.156, CNPJ sob o nº 73.295.875/0001-31 e no Ministério da Justiça ped. OSCIP de nº 08071.008534/2007-37, desde 1993, com sede na Rua Maracá, nº 7 em Tomás Coelho, Rio de Janeiro, gostaria de deixar claro que, sendo patrimônio dos Povos Indígenas Brasileiros as áreas do Sambaqui de Duna Grande e do Sambaqui Camboinhas, as etnias herdeiras, assim como a Comunidade de Pescadores Artesanais de Itaipu, em parte formada por descendentes de Povos Ameríndios que habitaram a região, possuem Direitos Indisponíveis, Inalienáveis e Imprescritíveis sobre os mesmos.
Como é de conhecimento público, O CESAC, desde 2002 se mobiliza em defesa do sistema lagunar de Itaipu, juntamente com as entidades ambientais, associações desportivas e as populações originárias e tradicionais, por meio de suas entidades representativas, dando início à luta para defesa do sistema lagunar, dos sambaquis e cemitérios indígenas da Região de Itaipu, tendo apresentado juntamente com a Comunidade Caiçara de Itaipu - comunidade tradicional, em parte descendente de Povos Originários da Região – por meio da ALPAPI – Associação Livre dos Pescadores Artesanais da Praia de Itaipu - um projeto interétnico de manejo sustentável da área para as principais etnias herdeiras - demonstrando o interesse em dar uma destinação indígena e interétnica à mesma.
Sendo o Sambaqui de Duna Grande um Cemitério Tupinambá, fica claro que, por conta do Direito Sucessório, os herdeiros daquela região sejam de Tronco Cultural Tupi, hoje representado pelas etnias contemporâneas Guajajara, Kamaiurá, Aweti, entre inúmeras outras, e, obviamente, Tupinambá – assim como a Comunidade Tradicional de Pescadores de Itaipu, em parte descendente dos grupos Tupi que habitaram a região.
Em fins de 2007, o CESAC foi procurado pelo Sr. Cristino, representante da Funai/RJ, para alocar ou assentar uma família Guarani Mbyá, oriunda da Argentina, que havia sido expulsa da Comunidade de Paraty - Mirim. O projeto supracitado foi apresentado ao Sr. Cristino (Funai) e às lideranças Guarani, assim como, amplamente discutido com a referida família. Por princípios humanitários e legítimo anseio de reparação, compensação e indenização às etnias (os Guarani-Mbyá pertencem ao Tronco Lingüístico Tupi-Guarani), a família Guarani foi alocada em terreno de propriedade do CESAC, que adquiriu do velejador George Mollin, por meio de escritura de Cessão de Direitos.
O assentamento das duas famílias, Guarani e Guajajara, foi acertado entre as partes, na presença de dois funcionários da Funai, registrado e documentado, fazendo parte de procedimento interno da CDHAJ/OABRJ.
Ao invés de agradecerem a acolhida, instigados por uma entidade que diz representar interesses comunitários de Niterói, cujo diretor de comunicação agora posa de antropólogo e escreve "não achar saudável a mistura de etnias" (desconhecendo que, no Brasil, é trivial a instituição de Terras Indígenas interétnicas e no Parque Indígena do Xingu aldeias costumam abrigar harmonicamente famílias de etnias – e troncos culturais - diferentes), assim como, estimulando o dissenso e a conspiração para melhor dominar, indivíduos dessa mesma família Guarani passaram a hostilizar não somente uma família Guajajara, bem como hostilizar e agredir lideranças e anciãos da própria etnia Guarani, assim como apoiadores de opiniões independentes, que ameaçavam a "liderança" de pensamento único, protagonizada por um rapaz imaturo e violento, de caráter deslumbrado, facilmente manipulável por aproveitadores organizados à órbita dessa entidade. Entidade essa movida por interesses estranhos aos das etnias envolvidas.
O CESAC é contra toda forma de intolerância e sempre realizou seu trabalho de forma digna, organizada, apartidária e responsável. O CESAC repudia o uso da violência e da coação, assim como campanhas difamatórias de qualquer espécie.
O comportamento discriminatório por parte dos Guarani, em grande parte estimulado e propugnado pelo CIN (CCOB), é visto com grande tristeza, uma vez que os Guarani sempre foram tratados com grande respeito, independente do comportamento imaturo de alguns. Acreditamos que soluções para conflitos não devem ocorrer por meio de violência e coação, como acreditam certos indivíduos Guarani alocados em Camboinhas.
Nós entendemos que o Sambaqui Camboinhas, construção humana de mais de 8.000 anos de idade, anterior à edificação às estruturas do Velho Mundo, é Patrimônio dos Povos Indígenas Brasileiros, assim como o Sambaqui de Duna Grande pertence, por direito sucessório, aos Povos de Tronco Tupi e à Comunidade Tradicional Caiçara, em parte descendente dos Povos Tupi que habitaram a região.
Os direitos dos Povos Indígenas e das Comunidades Tradicionais são Direitos Indisponíveis, Inalienáveis e Imprescritíveis, tornando inviáveis quaisquer Termos de Ajustes de Conduta (TAC) em Camboinhas, sob pena de nulidade. O CESAC entende que o monitoramento, acompanhamento e assistência jurídica dos direitos e interesses das comunidades indígenas e das populações tradicionais daquela região já estão sendo prestados pela CDHAJ/OABRJ e que a interferência alheia à da CDHAJ, além de indevida, frustra os interesses dessas populações no projeto de manejo elaborado e implementado pelo CESAC, ALPAPI e CDHAJ/OABRJ, além de violar irreparavelmente os direitos das populações originárias e tradicionais no local.
Os Guajajara possuem interesse cultural pelas áreas do Sambaqui Camboinhas e do Sambaqui Duna Grande, o que torna nulo o Termo de Ajuste de Conduta proposto por José de Azevedo, do CCOB, para a família Guarani Mbyá de Camboinhas. Do mesmo modo, há direito sucessório, válido não apenas para os Povos de Tronco Tupi, como para os caiçaras das comunidades locais, descendentes de grupos Tupi.
Os Direitos dos Povos Indígenas e das Comunidades Tradicionais são Direitos Inalienáveis, Indisponíveis, não podendo ser traficados por meia-dúzia de violadores de Direitos.
O momento não é de determinar condutas e, sim, de determinar os direitos e interesses dos Povos de Tronco Tupi e dos Pescadores Tradicionais de Itaipu: uma família Guarani Mbyá não pode falar em nome de todos os Mbyá nem pode dispor de direitos e interesses em nome de todos os Guarani; em segundo lugar, os próprios Guarani Mbyá não poderiam dispor de direitos e interesses nem falar em nome de todas etnias de Tronco Tupi.
A procuradoria da República, por meio da sua Subprocuradoria-Geral, representando a 6 Câmara de Coordenação e Revisão, já determinou ao Procurador da República de Niterói que defenda o projeto do CESAC/ALPAPI e da CDHAJ.
Os Povos Indígenas brasileiros se integram à comunidade nacional, não necessitando ser tutelados por entidades como o CCOB ou o CIN, cujos interesses lhes são totalmente estranhos e obscuros. O CESAC tem compromisso não somente com os Povos Originários e com as Comunidades Tradicionais da região, bem como com todos os moradores de Camboinhas, que merecem ser respeitados. Entendemos que "oprimidos" não podem se tornar opressores e estendemos nosso respeito à autodeterminação dos Povos Originários ao conjunto da sociedade nacional.
Fonte : http://www.centrodeetnoconhecimento.blogspot.com/

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

reuniões das associações de moradores de niterói


por: fabio da silva barbosa e luiz henrique peixoto caldas


Assim que entramos no grande salão tivemos a grata surpresa, de ali encontrarmos, vários presidentes de Associações de Moradores com quem já havíamos tido contato anteriormente. Maurinho (Presidente da Grota), Valadares (Presidente reeleito na Martins Torres), Carlos Momoco (Ex-presidente da Beltrão) e Rogerinho (morador e forte liderança dentro do Morro Boa Vista). Foi uma reunião amistosa com um farto lanche no final.
O encontro vem acontecendo desde fevereiro de 2008, reunindo inicialmente de 15 a 20 associações de moradores. Em maio já reunia 40 associações. Hoje o número ainda não para de crescer. Antonio Luzia Jacobe, fundador do movimento comunitário de Niterói e presidente da Federação das Associações de Moradores de Niterói (FAMNIT) por dois mandatos, está de frente nessa empreitada que visa trazer maior união entre as comunidades carentes da cidade e maior contado com a prefeitura. Ele conta que no início havia vários grupos que sentavam para discutir, mas que hoje a aliança já foi tão fortalecida que aconteceu a fusão em único grupo. “Mas dentro desse grupo existem vários. Existe o grupo de mulheres, a juventude socialista, o núcleo de articulação comunitária que é filiado ao PDT, partido do atual prefeito da cidade, que vem oferecendo sua sede como ponto de encontro para as reuniões, além de um grupo de idosos, que no momento se encontra um pouco desarticulado, mas já estamos tratando de reorganizá-lo.” Explica Antonio.
Quando perguntado sobre as expectativas sobre o novo governo de Niterói, <-Antonio Luzia se mostrou esperançoso e disse que agora o prefeito está vindo com maior experiência, o que de acordo com seu ponto de vista será positivo para as comunidades. Ele ainda lembrou de que anteriormente já havia trabalhado com Jorge Roberto Silveira, quando foi escolhido por eleições diretas para assumir o cargo de Coordenador de Assuntos Comunitários. “Foi à primeira eleição direta comunitária e fui eleito por 54 associações comunitárias.” Ao ser perguntado se a reunião sendo feita na sede de um partido atrapalharia a algumas associações de participar, já que existem líderes de outros partidos e ainda aqueles que são apartidários ele respondeu prontamente que não. “Tem pessoas aqui de outros partidos. O objetivo é comunitário. O Prefeito estar abrindo espaço para a gente é um fato positivo. As associações precisam desse canal aberto, independente da opção política. O que é comunitário não pode ter partido. Eles têm o direito de fazer suas reivindicações ao Prefeito.” Antonio Luzia Jacobe acredita que a confiança adquirida durante seus anos a frente dos movimentos sociais facilitou na organização dessa nova frente comunitária que está se formando e agregando cada vez mais adeptos. “Devido ao trabalho que fiz, as pessoas acreditam muito em mim. Minha estrada não começou hoje.” Os encontros vêm acontecendo quinzenalmente, as quintas feiras das 19 às 21 horas na sede do PDT, ao lado do Jardim São João. Maiores informações no próprio local.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

COMENTÁRIOS QUE CHEGAM

"Vila Ipiranga - Parte II"
1 comentário -
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Angeline disse...
Gostaria de ler aqui sobre o crescimento desordenado do bairro de Santa Rosa, principalmente das favelas.O que o poder público tem feito para resovler e impedir isso?

RESPOSTA:
Esse assunto é muito complexo Angeline
Para falar a verdade a única medida decente que o poder público pode tomar para resolver isso é dar condições dignas a esas pessoas para que elas possam se organizar de outra forma.
Enquanto tivermos pessoas ganhando um salário ridículo que mal dá para elas sobreviverem, fica difícil acreditar que elas possam ir até um dos novos prédios caríssimos encomendar o seu apartamento devidamente aprovado pela prefeitura.
Aliás esse aparecimento de prédios enormes por todo o lado é muito mais sério e desordenado, pois em uma rua que havia algumas casas podemos ver vários prédios subindo, sem um suporte de água e esgoto acompanhando esse crescimento.
Só que a visão elitista da sociedade chama isso de desenvolvimento e continua crucificando os que com muito custo arrumam um lugar para morar.
FSB

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

É Rir Pra Não Chorar :

Por: Aline Naue

Compartilhando aqui da situação do ensino superior público no Rio de Janeiro, como da UFRJ; ou da UFF onde estudo: Houve mesmo certo avanço nas oportunidades de vagas em cada curso e maior quantia de diferentes graduações nos últimos semestres.
Bem se sabe que essa era uma das propostas do famoso REUNI. Mas não há uma maior verba à educação realmente e, ao mesmo tempo entram mais e mais alunos na faculdade.
Os gastos com a população são sempre ínfimos (se põe um pouco mais de dinheiro pra algo, como pra Saúde, é que tirou de outro, da educação, por exemplo). A maior fatia do bolo fica sempre para os gringos, para o pagamento de dívidas e ao crescimento econômico.
Ficaria indignada mesmo que não fosse estudante, pois tem cada absurdo... Enquanto não fazem descontos de passagens pra os jovens, não investem de verdade numa formação integral a eles, numa maior preparação à área tecnológica; só aumentam os gastos com as passagens, essas que se compram pra ficar exatamente 5 horas no engarrafamento como fiquei na semana passada!!!
Ainda há outros gastos em constante e “sutil”aumento, até mesmo em contas de luz...
E os políticos??? Aumentam generosamente seus salários mais e mais, mesmo nesse cenário de crise.
Essa última notícia foi demais em?!
Onde vão parar os absurdos???
O que mais fazer para se fazer mostrar enquanto atingidos ou simplesmente sensibilizados???

Pelo menos agora tem “o ópio” das folias de carnaval pra fazer esquecer as crises...

CHEGOU A GENTE DIVULGA


quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

ENTREVISTA COM O AMIGO E COLABORADOR WINTER BASTOS

Por: Fabio da Silva Barbosa e Luiz Henrique Peixoto Caldas

Winter Bastos é escritor, formado em direito com pós em letras e lançou seu primeiro livro. “Malandragem, Revolta e Anarquia” é um estudo sobre três grandes nomes da literatura nacional. João Antônio, Antônio Fraga e Lima Barreto. Esse livro é um trabalho em conjunto com a atriz Nalini Narayam que está participando do filme “Dia de Simulado”, previsto para ser finalizado e lançado ainda esse ano.
O livro foi lançado pela Editora Achiamé e pode ser conseguido nas mais diversas livrarias ou pela própria editora através do endereço: Caixa Postal 50083, Rio de Janeiro, RJ – CEP.: 20062970. Telefax (21) 22082979. E-mail: letralivre@gbl.com.br
Além do livro, Winter ainda se encontra as voltas com o fanzine O Berro e contribui com os blogs comunidadeeditoria.blogspot.com, inversoeaocontrario.blogspot.com, além de diversos outros veículos virtuais e impressos. Foi Professor Universitário e atualmente trabalha no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

Fale um pouco sobre o livro.

Winter: O livro fala sobre três escritores que considero muito importantes para a literatura brasileira. Embora estejam marginalizados na história da nossa literatura, são de grande importância por sua riqueza literária. Mesmo Lima Barreto, que é mais contemplado pela bibliografia universitária, ainda não foi devidamente estudado. Os outros dois então, mal são citados. João Antônio até é citado, mas muito menos que deveria. Antônio Fraga chega a ser um desconhecido apesar de ter renovado a linguagem literária de seu tempo. A ponto de ter sido elogiado por Oswald de Andrade.
Eu queria muito fazer esse estudo porque esses três autores deram voz ao marginalizado aqui no Brasil. E não era uma visão de fora. Não era o outro falando sobre. Tentou-se mostrar a visão desses grupos. O João Antônio, por exemplo, tem um conto chamado “O Guardador”, onde se encontra todo o modo de falar de um guardador de carros. Talvez por essa proposta mais radical eles próprios tenham sido jogados a margem. Quando você fala em marginal você fala de um problema social. Mas a marginalidade também pode ser vista como algo positivo culturalmente, já que certos grupos podem escolher ficar a margem do que é imposto pela regra geral. Da forma como esses autores fazem, ainda não tinha sido feito. Talvez, antes do Lima Barreto, o Manoel Antônio de Almeida tenha conseguido algo parecido no “Memórias de um Sargento de Milícias”. Além desse não me recordo de nenhum outro que mostre a classe pobre do jeito que o Lima Barreto viria mostrar. Com um que de jornalismo misturado a literatura. Nenhum desses três autores foi para a “Academia Brasileira de Letras”. O Lima Barreto se candidatou três vezes à Academia. Na primeira vez a candidatura nem foi considerada. A própria história de vida deles os aproximava mais da vida marginal do que da academia. Eram comportamentos antagônicos.

Como você constrói um trabalho de pesquisa como esse? É uma coisa fácil de fazer?

Winter: Não é fácil. Diria até que é extremamente difícil. Esse livro, por exemplo, foi feito em cima de um trabalho de mestrado, que como todo trabalho do tipo, é feito com um período pequeno para sua conclusão. Temos para isso, no máximo dois anos. A Universidade nos atrapalha com essas exigências de tempo cada vez menor. Eu ainda consegui uma brecha de mais seis meses para entregar essa dissertação.

Então essa obra seria sua dissertação de mestrado?

Winter: Ela nasceu de uma dissertação. Até por isso ela não foi tão prejudicada por essa questão de tempo escasso. Ela foi ampliada e o tipo de linguagem modificada.

Por que a necessidade de modificação no tipo de linguagem?

Winter: Porque agora eu não estava mais escrevendo para quatro pessoas na banca que iriam me dar uma nota. Eu estava escrevendo para qualquer pessoa que quisesse ler. Tirei muitos modismos e vícios acadêmicos. Apesar, já na época da dissertação, de ter usado o mínimo possível dessa linguagem muito acadêmica, o livro desengordurou ainda mais essa coisa, até praticamente sumir. Algumas coisas foram retiradas e outras acrescentadas. O livro ficou com um despojamento que é importante. É até curioso falar em despojamento. As pessoas pensam logo em fazer de qualquer jeito, mas esse despojamento é um despojamento trabalhado. Na verdade, é muito mais fácil falar uma frase difícil, que falar uma frase fácil. Essa aparente frase fácil é fruto de todo um processo que você tem de construir para aquilo ficar o mais natural possível. A difícil já tem aquelas fórmulas... Receitas de bolo para você por em uso e soar como é julgado ser a forma certa... a forma culta. Na escrita funciona assim. Esses autores tratados nessa obra conseguem demonstrar bem isso, já que eles tinham conhecimento necessário para escrever de um jeito convencional, mas preferiram outra coisa. E ainda bem que eles preferiram isso. Caso contrário estariam sendo comentados como qualquer um dos outros que são comentados hoje em dia. Talvez sem nada tão substancial quanto conseguiram fazer.

Qual material você utilizou como referencia na construção desse trabalho?

Winter: “Malagueta Perus e Bacanaço” de João Antônio, “Desabrigo” de Antônio Fraga e “A Nova Califórnia” de Lima Barreto. Essas obras me possibilitaram enxergar essa relação dos autores com a marginalidade. Isso vai se refratar respectivamente na malandragem, representada ali pelo João Antônio, na revolta, palavra chave para entender Antônio Fraga e na anarquia, opção política ideológica de Lima Barreto.

Compensa ser escritor?

Winter: A satisfação de ter uma obra publicada vem de conseguirmos partilhar todo conhecimento que adquirimos com as outras pessoas. Mas não é fácil publicar um livro no Brasil de hoje... Acredito que em outras partes do mundo também não. Nós vivemos em uma sociedade que está voltada para o lucro fácil. Então se você faz uma ficção de digestão rápida, que ofereça apenas um prazer imediato, as editoras vão estar dispostas a conduzir isso. Algo que lhe dá um prazer fácil é de vendagem rápida, mas não revoluciona sua vida. Não trás mudanças reais. O Frans Kafica já dizia que os bons livros nos afetam como um desastre. “Um livro que nos afete como um machado em um mar congelado em nós.” Então o que ele queria era um livro que mexesse com ele. Um livro que ficasse em nossa mente mesmo depois de fechar a última página. O mercado quer lucro certo, não algo que vá gerar uma consciência plena. O importante é perseverar e acreditar na arte. Um bom escritor tem de ler muito. Isso pode parecer um conselho meio obvio, mas hoje em dia é importante que se dê esse conselho obvio, pois as pessoas estão se afastando cada vez mais da leitura e se aproximando de uma cultura meramente televisiva. Uma cultura que nos vai levar cada vez mais para baixo. As pessoas não sabem nada sobre o romance “1984”, mas sabem fofocas do Big Brother. A pessoa conhece esse Big Brother superficial, mas não sabe o que realmente é o Big Brother descrito por George Orwell. Então, em um mundo onde as pessoas estão recheadas desses valores alienantes, nunca é demais dar conselhos como: Leiam muito.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Centro de Etno-conhecimento Sócio-cultural e Ambiental CAUIERÉ

O CESAC, entidade associativa sem fins lucrativos de defesa de direitos e interesses indígenas registrada no RCPJ/RJ sob o nº 490.156, CNPJ sob o nº 73.295.875/0001-31 e no Ministério da Justiça ped. OSCIP de nº 08071.008534/2007-37, desde 1993, com sede na Rua Maracá, nº 7 em Tomás Coelho, Rio de Janeiro, dirige-se aos apoiadores e simpatizantes dos movimentos populares e indígenas no Estado do Rio de Janeiro e no Brasil para esclarecer e responder aos ataques discriminatórios dirigidos a todos os indígenas por entidades que se intitulam representantes dos "indígenas de Niterói" para atacar o principal legado: a independência, liberdade e autodeterminação das famílias indígenas da comunidade de Camboinhas
Texto Completo
Esta mensagem foi enviada por Preservação Nit

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

NOSSA VISITA A QUADRA DA GROTA ONTEM FOI MUITO LEGAL

COM UMA SÉRIE DE ATIVIDADES ACONTECENDO DURANTE TODA SEMANA, A QUADRA DA GROTA DO SURUCUCU VIRA UM PONTO DE ENCONTRO PARA A COMUNIDADE. A GROTA FICA EM SÃO FRANCISCO, NITERÓI, RJ.


MAURINHO, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DE MORADORES DA GROTA E DIRETOR DA ESCOLA DE SAMBA LOCAL (O BEM AMADO)

VENANCIO, PRESIDENTE DO BEM AMADO

ZÉ CARLOS, VICE-PRESIDENTE E COMPOSITOR DA ESCOLA



EVENTOS EM COMUNIDADES
NÓS APOIAMOS
FSB&LHPC

domingo, 15 de fevereiro de 2009

HOJE TEM!!!


COMUNIDADE EDITORIA ESTARÁ HOJE NA GROTA COBRINDO O ENSAIO DO BEM AMADO

http://www.interculturalzl.blogspot.com/


sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Chuvas castigam comunidades

Por: Fabio da Silva Barbosa

A forte chuva que assola o Estado do Rio está causando transtornos em diversas comunidades. Em Niterói um muro de cerca de três metros caiu sobre uma casa soterrando parte dela no Morro do Cavalão.
Na Grota do Surucucu um poste caiu danificando a rede elétrica e deixando a comunidade sem luz. O Presidente da Associação de Moradores da Grota, Maurinho, disse que vários postes estão correndo risco de cair na localidade e que barreiras também estão colocando moradias em perigo.
Além desses chamados a assessoria de imprensa da Prefeitura de Niterói conta mais quatro relativos à chuva em diferentes regiões. A assessoria de imprensa disse ainda que as áreas mais prejudicadas foram São Francisco, Fonseca e Viradouro.
Em Itaboraí vários bairros foram focos de atenção devido aos estragos relacionados à chuva. 250 pessoas estão desalojadas e a prefeitura está organizando uma campanha para ajudar as famílias. A comunidade do Rato Molhado foi uma das mais prejudicadas. A abertura do carnaval da cidade foi transferida devido aos acontecimentos
A assessoria de São Gonçalo disse que apesar dos transtornos não haviam acontecidos maiores problemas até o início dessa tarde.
Na cidade do Rio muita água e congestionamento.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Jornal da comunidade

Dia desses estávamos revirando uns escritos antigos e encontramos este, que seria um dos primeiros manifestos em que expressamos o esboço do que seria o veículo de comunicação que perseguíamos como ideal.
FSB&LHPC


O projeto visa divulgar todo caldo cultural existente dentro de uma comunidade. Seus expoentes, virtudes e dificuldades com a finalidade de produzir algo novo, que demonstre a essa própria comunidade, que existe uma luz de vida e produção dentro dela.
Tudo será direcionado para seu cotidiano. Será produzida uma página voltada ao esporte, por exemplo, onde divulgaremos campeonatos e atividades afins, que ocorrem dentro da própria comunidade.
Serão expostas duas urnas na mesma, onde será depositado em uma as sugestões e reclamações dos moradores. A outra será direcionada ao classificado e seção troca-troca. Essas atitudes pretendem dar voz aos maiores interessados no veículo de comunicação proposto, ou seja, a própria comunidade. O local de depósito das urnas será ainda estudado pelos organizadores do veículo. Terá de ser um lugar de fácil acesso a todos.
A evolução do veículo terá sempre em mente o bem estar e progresso da comunidade que o acolheu.
A distribuição será gratuita. Um dos caminhos estudados para essa distribuição será o próprio comercio local.
O veículo comunicacional será quinzenal. Nesse período faremos a coleta de material e produção do mesmo, tentando dar o máximo de qualidade e força ao mesmo.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Caravana do Ministério do Baião - Barraca Sol e Lua - Feira de São Cristovão


Fotos: Fabio da Silva Barbosa

BARRACA SOL E LUA

LUIZ CARLOS RODRIGUES. TRABALHA HÁ 15 ANOS NA FEIRA

AS MENINAS DA SOL E LUA. VIU MENINAS, CUMPRI O PROMETIDO. PUBLIQUEI A FOTO QUE VOCÊS ESCOLHERAM. ASSIM QUE SAIR O IMPRESSO EU LEVOAÍ.

ESSES SÃO OS CARAS. ZÉ MOHURA (O MINISTRO DO BAIÃO), SEU LUIZ E SEVERINO (O AMIGO DAS COMUNIDADES)

O TOLDO COLOCADO DO LADO DE FORA, DÁ UM TOM AZULADO MUITO AGRADÁVEL AO AMBIENTE.

SEVERINO E SEUS AMIGOS

O PESSOAL DO CLUBE IDEAL APROVOU A CARAVANA

A PROFESSORA DE DANÇA BOTOU PARA QUEBRAR!

FALA MEUS AMIGOS!
TUDO AZUL AÍ?
É ISSO AÍ PROFESSORA

VOCÊ JÁ TEVE O PRAZER DE OUVIR O SOM DESSE CARA?

E DESSE?

ELES SÃO O TRIO SEVERINO
UMA DAS MELHORES BANDAS DE FORRÓ DA ATUALIDADE

ARREBENTA ZÉ

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

COMUNIDADES DAS COMUNIDADES


Morro das Andorinhas - Niterói (37 membros)
Essa comunidade tem por objetivo reunir todas as pessoas que já subiram o Morro das Andorinhas e para aqueles que frequentam este lugar maravilhoso localizado em Niterói na região oceânica, praia de Itaipu.


amigos do morro do céu niteroi (26 membros)
essa comunidade é para vocês, amigos, moradores,e ex-moradores do Morro do Céu. E para mostrar que no Morro do Céu também tem gente maneira, decente, inteligente, digna e especial como em qualquer outro lugar. Temos problemas? Temos. Mas nem por isso desistimos de lutar por uma comunidade digna. Vamos mostrar que aqui no MORRO DO CÉU tem gente legal. Venha participar dessa comunidade, pois ela não é minha, mas nossa. Vamos dar valor naquilo que é nosso, pois se não nos dermos valor, quem vai dar????


Morro da Penha Ponta D' Areia (69 membros)
Está comunidade foi criada para os amantes do morro da penha e Ponta D´areia.... O melhor lugar de Niterói atualmente. Venham visitar o nosso paraíso local.


Morro da OttO - Niterói (62 membros)
Esta comunidade é para todos que moram e moraram no Morro da OttO de Niterói.

PREVENTORIO (29 membros)




domingo, 8 de fevereiro de 2009

HOJE É DIA DE FESTA NAS COMUNIDADES

FOTOS, TEXTOS E TUDO O MAIS: FABIO DA SILVA BARBOSA E LUIZ HENRIQUE PEIXOTO CALDAS



O BLOCO UM DIA SAI VAI PARTIR DA MARTINS TORRES, SANTA ROSA, NITERÓI, RJ, ÀS 15 H, MAS A FOLIA COMEÇA A PARTIR DA MANHÃ, EM FRENTE AO BAR DO RECO.




O CAMPEONATO DE FUTEBOL NO ZULU CONTINUA ARREBENTANDO. NO CAMPINHO DA COMUNIDADE . ESTRADA ALARICO DE SOUZA, SANTA ROSA NITERÓI, RJ.



E O MINISTÉRIO DO BAIÃO VAI ATERRIZAR NO PAVILHÃO DE SÃO CRISTÓVÃO, NA TRADICIONAL FEIRA DOS PARAÍBAS. A APRESENTAÇÃO SERÁ NA BARRACA SOL E LUA NO DECORRER DO DIA.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Amigos e Colaboradores da Aldeia Tekoa Mboy-Ty,

No próximo domingo, dia 8/02, o cacique Darci Tupã convida a todos para a primeira apresentação do Canto Guarani no ano de 2009. A apresentação será na própria Aldeia, às 17:30h.

Venham todos ouvir e assitir a esses lindos cantos apresentados pelas crianças e jovens Guarani! Tragam seus amigos!

Haverá também, exposição e venda do artesanato Guarani.

Abraços Fraternos e até lá!

Os Colaboradores da Aldeia Tekoa Mboy-Ty/ CIN - Comissão Indígena de Niterói

SESC APRESENTA:


quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Notícias sobre a comissão Indígena de Niterói

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Publicado na Agência Chasque, no Rio Grande do Sul, a partir da nota publicada na Agência Petroleira

Guarani criam comissão indígena no RioIndígenas Guarani da região de Camboinhas, em Niterói, no Rio de Janeiro, criaram uma comissão para defender os interesses dos povos./ A principal luta do grupo será manter a comunidade no local, que sofre forte pressão imobiliária./ Camboinhas é uma das mais movimentadas praias de Niterói./ Rumores ainda apontam que a prefeitura municipal e o Ministério do Meio Ambiente estariam planejando retirar os indígenas do local para construir um museu.///



ATA ASSEMBLÉIA EXTRAORDINÁRIA DO CCOB
Eleição da CIN – Comissão Indígena de Niterói

Ata da Assembléia Geral Extraordinária do Conselho Comunitário da Orla da Baia de Niterói – CCOB, realizada no dia 22 de janeiro de 2009, às 17 horas, à Rua Andrade Neves nº 186. Com a finalidade da criação da comissão para assuntos indígenas, que recebe o nome de "COMISSÃO INDÍGENA DE NITERÓI" (CIN). A Comissão criada segundo previsão do Estatuto do Conselho Comunitário da orla da Baia, em seu Artigo nº 19 da seção III, "Das Comissões Especializadas", composta pelos nomes a seguir: Darci Nunes de Oliveira (Presidente); José Ribamar Bessa Freire (Vice Presidente); Renata Maria Bessa Respeita Berganini (Secretária); Arlindo Carvalho de Souza Filho (Tesoureiro); Priscila Camargo (coordenadora cultural e eventos); Roberta Ferrari Andrade Charmaux Sertã (Coordenadora de Assistência Social); Colaboradores: Luiz Orlando Cardoso Correia; Carlos Augusto Valdetaro da Cunha; José de Azevedo; Margarida Cecília Esteves e Almeida; Manoel Martins; Jezivaldo Freitas (Vereador Renatinho); Denise Teles Nascimento Hofstran; Lúcia Maria Bessa Respeita; Licurgo (ator); Gilberto Miranda (Ator).

Esta Comissão Criada nesta AGE do CCOB, terá como objetivo a representação do Conselho Comunitário da Orla da Baia de Niterói, no acompanhamento das questões indígenas. Nada mais havendo a tratar, foram encerrados os trabalhos, e como Secretario lavrei a presente ata. Que vai por mim assinada, Carlos Augusto Valdetaro da Cunha, e pelo Presidente do CCOB, José de Azevedo.


CCOB
Conselho Comunitário
da Orla da Baia de Niterói

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

DOMINGUEIRA NA FEIRA DO PARAÍBA - 08/02/09


No próximo domingo, Zé Mohura e o Ministério do Baião estarão na Feira de São Cristóvão, Rio de Janeiro, mostrando a força da comunidade nordestina. O cigano irá comandar a parte musical, trazendo muita animação e cultura popular. A partir das 11:00 na barraca Sol e Lua.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Resultado da enquete

Quanto aos moradores da Aldeia Imbuhy

Eles devem permanecer onde vivem a mais de um século
10 (90%)

Eles devem sair atendendo as pressões do exército
0 (0%)

Não sei
1 (9%)

Votos: 11