sexta-feira, 4 de abril de 2008

Um Pouco da História do Morro da Penha

Por:FSB&FLHPC
A fundação da AMOP (Associação de Moradores do Morro da Penha), foi em 1985, quando um grupo de mulheres se reuniu no intuito de lutar por melhorias na comunidade. Há 1 ano a atual Presidente é Daniele Oliveira e conta com a ajuda do ex-presidente e atual vice Adriano Boinha além de uma diretoria muito participativa composta por Suellen D’Arc, Yan, Sarara, Tânia, Selma, Bugre, Bidão, Maria, Lúcia, Cíntia, Binho e André.
A sede da AMOP se localiza na Ladeira Major Rocha s/n°, Ponta da Areia.

Morro da Penha

COMUNIDADE

Texto e fotos
Por: Fabio da Silva Barbosa
Luiz Henrique Peixoto Caldas

Estaleiros dão apoio à população do Morro da Penha.

Através de parcerias com a Associação de Moradores os estaleiros da Ponta da Areia apostam na solidariedade e na mão de obra local.

Quem conhece a Ponta da Areia em Niterói e acompanhou o processo de revitalização dos estaleiros na região pôde ser testemunha das mudanças ocorridas por todo o bairro. O Morro da Penha, com cerca de cinco mil habitantes, é a prova viva disso. Através de trabalhos junto com a Associação de Moradores, os estaleiros estão exercendo sua responsabilidade social.
O Estaleiro Mauá doou os computadores para o projeto de inclusão digital que vem acontecendo regularmente de forma gratuita e foi o responsável junto ao Estaleiro Setal pela Segunda reforma da sede da associação em 2006. A primeira reforma foi realizada em 2004 pelo então Deputado Federal Josias Quintal, quando foi feito o posto médico, que atualmente se encontra fora de uso, sendo ativado durante vacinação de crianças ou na campanha de vacinação de animais. A atual Presidente, Danielly Oliveira há um ano no cargo nos informou que os médicos só apareciam em época de eleição. “Aí nós resolvemos que assim não queríamos. Ou tinha médico, ou não tinha. Esse negócio de ter hoje e não ter amanhã não dá. Queremos um médico que de continuidade ao trabalho que começou.”

O Posto de Saúde desativado por falta de médico e a Associação de Moradores onde ocorrem diversas atividades para a comunidade.

Em 2007 o Estaleiro Mauá junto a Drogaria Farmais colaborou com a realização do AMOPE Notícias, um jornal anual que visou mostrar a história e a cultura do lugar, além das realizações da associação. O jornal ainda não conseguiu apoio para emplacar o número dois.
O ex-presidente e atual vice, Adriano Boinha, é um vínculo importante entre a associação e os estaleiros. Além de apoio para projetos, Adriano consegue emprego para muitos moradores. Ele conta que: “ Eles sabem que o pessoal daqui é trabalhador. Já nos conhecem. Nunca demos motivo para se arrepender de nos dar emprego.”

A gincana ecológica, a festa da igreja e os projetos sociais

Outra colaboração dada pelo estaleiro Mauá, foi relativo ao projeto Comunidade Limpeza, posto em prática através de uma gincana ecológica onde as crianças tinham de trazer material reciclável. Foram dados troféus e medalhas para os que trouxessem mais. O material foi pesado na hora e vendido. No final todos foram lanchar juntos. Em 2007 à gincana não pôde se repetir por não terem conseguido o mesmo apoio do ano anterior.
A festa da Igreja Nossa Senhora da Penha, erguida em 16 de novembro de 1902, no alto do morro, recebe sempre a colaboração dos estaleiros e da Petrobras, outra colaboradora importante nos projetos maiores, onde o apoio é essencial, já que a associação não tem fins lucrativos e não consegue por em prática todos os seus projetos.

A Igreja de Nossa Senhora da Penha é um dos orgulhos do lugar

Entre os eventos que acontecem na associação estão a capoeira e o jiu-jitsu comunitário, ambos gratuitos e realizados por pessoas oriundas da própria comunidade. O salão é alugado por um preço simbólico para ajudar nas despesas com água, luz e telefone. Algumas pessoas ajudam como associados pagando o valor de três reais mensais. “Estamos sempre trazendo o morador até a gente, por que se não houver colaboração, não só financeira, mas de pessoal, fica inviável dar seqüência ao nosso trabalho. Para continuarmos ajudando precisa haver participação. A associação está aqui para ajudar. Como vamos poder enviar ofício reivindicando melhorias se não tiver papel?”

Parques e Jardins está deixando a desejar

Foi mandado um ofício ao parques e jardins e feito várias ligações pedindo que viessem podar as árvores e vistoriar algumas que estão podres. Inclusive em frente a associação existe uma que está correndo risco de cair. Em dias de chuva as pessoas não freqüentam o lugar com medo que ela caia. Embora tenham ido ao local para averiguar o problema ainda não voltaram para resolver.
O saneamento, problema detectado em quase todas as comunidades visitadas até hoje, é precário, mas a iluminação e a Clin foram elogiadas. A água, embora também não seja um problema, veio a nos proporcionar um momento curioso. Existia um mistério igual ao registrado na matéria do Cavalão ( UNITERÓI N° 2 ). Quando um determinado manobreiro sempre estava de serviço não caía água, mas agora com a troca de funcionário está tudo correndo bem, sem precisar de nenhum tipo de obra ou coisa que o valha. Alguns canos estão furados, provocando desperdício de água, diminuindo a pressão e molhando constantemente o acesso ao morro.

Desafios pela frente

Existe um projeto para se construir uma quadra poliesportiva aonde hoje tem um campinho. Alguns moradores reclamam da poeira levantada no campo e aguardam ansiosos a conclusão do projeto. Segundo a presidente, o projeto já foi liberado assim como a verba, mas falta interesse político. “A associação está brigando para que esse dinheiro não acabe sendo desviado para outros fins, porque ele existe e ainda não veio para cá.”

O campinho que existe atualmente no lugar

Como muitos moradores vivem da pesca artesanal, outro problema levantado pelo vice-presidente foi à poluição da Baia de Guanabara. Ele deposita sua confiança na conscientização dos moradores de Niterói e no projeto de despoluição da Baía. Aproveitando a ocasião Boinha pede as autoridades competentes que ajudem a associação a resolver o problema do esgoto da comunidade que acaba por ajudar a poluir o meio ambiente.

TV COMUNITÁRIA DE RUA, UMA BOA ALTERNATIVA

O trabalho de conclusão do curso de Comunicação Social de Cleber Araujo virou um vídeo de alta qualidade que atende pelo nome de TV COMUNITÁRIA DE RUA, UMA BOA ALTERNATIVA. No curta Cleber mostra o trabalho da TV Tagarela na Rocinha. Os participantes da TV Tagarela, apesar de todas as dificuldades constroem trabalhos interessantíssimos, sem se prender a estereótipos e regras ditadas pela grande mídia, mostrando que é possível fazer a diferença. E para se fazer a diferença tem de fazer diferente. E isso eles tiram de letra.

Quem quiser conhecer esse trabalho vai ter de esperar um pouco, pois a divulgação será feita após o término do primeiro semestre de 2008, quando Cleber ja tiver apresentado seu trabalho na faculdade.

Texto:FSB&LHPC