domingo, 31 de maio de 2009

COMUNIDADE DO EUCALIPTO

POR FABIO DA SILVA BARBOSA
E LUIZ HENRIQUE PEIXTO CALDAS
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Jacó conhecendo o UNITERÓI

A comunidade do Eucalipto vem buscando formas diferenciadas de organização na tentativa de sanar suas dificuldades. Enquanto a maioria das comunidades busca nas tradicionais associações, onde um Presidente fica a frente das decisões e conta com um número limitado de colaboradores, um representante que solucione suas demandas, no Eucalipto a aposta é na união de todos os moradores em busca de soluções participativas. Aldeci Freitas, 47, mora ha mais de 20 anos no lugar. Aldeci, conhecido por todos como Nica, explicou o seguinte:
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Moradores reclamam da dificuldade de acesso na comunidade
"Não estamos preocupados em ter uma associação com um presidente, mas em reunir todos os moradores que tiverem interesse em melhorar o lugar onde vivem. Tudo que temos aqui foi feito na base do mutirão. Das escadas aos encanamentos".
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O saneamento foi eleito como o pior problema local

Apesar dos esforços dos cerca de mil moradores que vivem nessa parte do Fonseca, fica difícil suprir todas as necessidades. O saneamento é um dos problemas mais citados. A dificuldade financeira impossibilita a criação de um sistema de esgoto adequado e em muitos pontos podem-se observar resíduos de esgoto pelos caminhos. A parte que se localiza atrás do DETRAN passou por mudanças positivas. Nica disse que antigamente aquilo parecia um pântano. "Mas o DETRAN resolveu o problema do esgoto que havia nesse pedacinho que pega os fundos. Também era interesse deles. Aquilo podia até desmoronar do jeito que estava."
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Aldeci Nica nos recebeu muito bem e apresentou o lugar

As escadas construídas pelos moradores estão precisando de reparos e existem locais correndo riscos de desabamento. Nica afirma que o problema é a baixa renda da população, não a falta de vontade, e que muitas vezes o morador tem de escolher entre comprar comida e fazer obra. Para ele a escolha beira ao obvio. Em dias de chuva os pontos mais críticos ficam praticamente inacessíveis, causando grande transtorno aos que precisam entrar e sair do local.
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Canos e ruas danificadas

O lixo que ficava espalhado pelas ruas foi reduzido após a construção de um pequeno depósito na entrada da comunidade, na rua Desembargador Lima Castro. "Fizemos essa obra e colocamos um portão para os animais não rasgarem os sacos. A coleta passa regularmente por aqui e leva tudo." Outra obra promovida por Nica e seus companheiros foi à caixa de correio que fica próxima a lixeira. Ele disse que tem pensado em fazer uma com divisórias. Um compartimento para cada casa.
A Policlínica Regional R. Guilherme March, assiste a saúde da comunidade satisfatoriamente segundo Nica. Para ele sempre tem quem reclame, mas a quantidade de pessoas atendidas pelo serviço é grande, já que se responsabiliza por toda a área do Fonseca, e que normalmente todos saem com o atendimento concluído. A quadra poliesportiva construída atrás dela serve como ponto de encontro e local de lazer para a comunidade. Uma bomba abastece todo o lugar e a cisterna construída em sistema de mutirão guarda água suficiente para todos. O responsável por ligar a bomba é o morador Jaíro.
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As escadas estão em péssimo estado

"Nosso maior problema aqui é o saneamento e a pavi-mentação, que apesar dos esforços, não conseguimos resolver. O resto conseguimos quebrar o galho" Comenta Nica, enquanto mostra orgulhoso a cisterna e a bomba d’água.
Outra Felicidade para ele foi o corrimão improvisado com o alambrado do antigo campo, onde foi montada a quadra. "Eu mesmo inventei isso"