sexta-feira, 3 de abril de 2009

OBS:

Já estamos há um tempo querendo falar sobre isso, mas o tempo nunca foi tão insuficiente para a gente como agora. A capa da ultima edição do Uniterói vem trazendo informações erradas sobre a matéria que têm dentro. Isso porque a capa não é produzida por nenhum de nós e o responsável por ela se divide em mil outras funções. Erros são inevitáveis e volta e meia rolam mesmo. Mas podem ficar sossegados que a página 4 está informando tudo direitinho sobre a ALDEIA DE PESCADORES IMBUHY.
Desculpem mais essa falha e até amanhã

[ccsam] Incêndio criminoso destrói casa no Santuário dos Pajés

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Um incêndio destruiu a casa de uma família indígena no Santuário dos Pajés na manhã desta segunda-feira, 30 de março. A casa pertence ao índio fulniô Towê, que se encontra em viagem ao nordeste brasileiro neste momento. Dentro da habitação foram destruídos bens pessoais como documentos, móveis, alimentos e peças de artesanato, utilizadas como material de trabalho por Towê.
Pela tarde, uma equipe da perícia da Polícia Federal esteve no local para averiguar o ocorrido. Segundo Satxiê Tapuia, Pajé do Santuário, que acompanhou os policiais, um laudo técnico será finalizado até quarta-feira. Mesmo sem confirmação imediata, tudo aponta uma ação criminal intimidatória, já que o Santuário se localiza dentro da Terra Indígena do Bananal, ameaçada pela especulação imobiliária e pelo Governo do Distrito Federal, com o projeto de construção do Setor Noroeste, um bairro para classes A e B que tem movimentado mais de 500 milhões de reais envolvendo empreiteiras e investidores imobiliários.
Não é a primeira vez que uma ação com estas características acontece na área, ano passado, a casa de outro indígena fulniô foi derrubada diretamente pela Terracap com apoio da Polícia Militar do Distrito Federal. O grupo indígena que resiste às diferentes ofensivas à sua terra convive com constantes ameaças e matérias difamatórias veiculadas pela mídia corporativa local.
Na última semana, o Ministério Público Federal, por meio da Procuradora da República Luciana Loureiro de Oliveira, emitiu uma recomendação para que o ibama cancelasse a licença de instalação do Setor Noroeste, recomendando também que a Fundação Nacional do Índio instituisse um Grupo de Trabalho para aprofundar os estudos sobre a tradicionalidade da ocupação. A resposta do Ibama foi de que não cancelaria a licença e que o problema da comunidade indígena é uma questão da Funai, que por sua vez não respondeu a recomendação no prazo estabelecido pela procuradora, o que levou o Ministério Público a se manifestar com a possibilidade de um processo ao presidente do órgão Marcio Meira, por improbidade administrativa e possível prisão.