sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

COMUNIDADE SÍTIO DA ALDEIA 2° PARTE


Pá – Pum com o Presidente
POR: Fabio da Silva Barbosa &
Luiz Henrique Peixoto Caldas


Presidente Eduardo Moreira de Souza


Transporte escolar:
A escola é tão longe e não existe transporte para as crianças que vão andando sozinhos todos os dias quilômetros e quilômetros até a rede de ensino mais próxima. È fundamental o apoio dos pais para o comprometimento e a boa educação dos filhos.
A Prefeitura não podia disponibilizar uma condução escolar?

Correios:
As cartas dos moradores daqui ficam nos Correios de São Francisco, mais ou menos 2,5 km. Nem o correio você tem direito! Todas as cartas da comunidade possuem o mesmo endereço ( Estrada Nossa Senhora de Lourdes, 303 ), aí lá a gente apresenta a identidade, apesar de ser sem necessidade, porque os funcionários já nos conhecem. Solicitamos aos correios que fosse colocada uma caixa de correspondência aqui em cima, mas não tivemos retorno.

A comunidade é limpa e organizada, mas a falta de saneamento atrapalha

Lixo X Conscientização Ambiental:
Antes o pessoal jogava o lixo na rua. Agora com um trabalho sério de conscientização ambiental que venho fazendo ao longo desses 5 anos, você se depara com isso: As ruas limpas, trazendo maior qualidade de vida. Não temos coleta de lixo, nem caçambas. Carregamos nosso lixo nas mãos até a sede da Guarda Municipal Florestal que fica uns dez minutos de caminhada. Aqui moram senhoras e senhores que passam por este transtorno todos os dias.

Acesso:
O acesso é terrível e não custaria quase nada a prefeitura asfaltar 50 m de chão. A única parte do caminho concretado existente foi feita por nós, arrecadando material através de festas organizadas na comunidade. Aliás trajeto esse que se encontra destruído pela falta de manutenção e chuvas.
Isso facilitaria até o caminhão da Clin a ter acesso.

Emprego, renda e turismo:
Um exemplo de abandono, um pólo de emprego e turismo seria aquele hotel. Se ativado geraria emprego para todos os moradores locais e muito mais. Aqui não mora vagabundo! Eu tenho um amigo chamado Marco Antonio que juntos fizemos alguns projetos que ainda não saíram do papel, tipo; pesque e pague ( por já existir uma barragem que está abandonada ), cavalos com charretes, passeio ecológico com guias turisticos da região, tem o horto, resgate de para-pentes com equipamento de segurança adequados, botando a garotada que vive aqui para trabalhar e não ficar de cabeça vazia, afinal eles conhecem a mata toda mais do que ninguém. Mas isso tem de vir através de parcerias com a prefeitura. Por exemplo, no pesque e pague os engenheiros poderiam dar uma assistência em relação aos projetos estruturais.

O Presidente com a juventude do lugar. Um trabalho de muito diálogo e coinscientização

Irregularidade:
Nossa intenção é viver regularizado, pagando as contas, IPTU, é lógico em suas proporções porque somos humildes, como vocês podem ver. Aqui é mata fechada cara, só tem casa e mato. A gente não quer destruir nada. Nossa intenção é preservar ao máximo, pois moramos e criamos nossos filhos aqui.

Saúde:
Atendimento médico só no posto de saúde do Preventório ou em Jurujuba que é muito longe. E porque não visitas periódicas do médico de família? Acho que também temos o direito, afinal, somos seres humanos.

Água, luz e saneamento:
A água é de poço, cada um faz o seu. Agora olha que absurdo, a gente tem um processo contra a Ampla pra ter luz, se fossemos safados continuaríamos no gato, que não paga nada! A gente não tem o direito de ter luz? Como é que pode isso? Saneamento não existe, o esgoto de todos vai parar na rua.
Poxa, queremos ser igual a todo mundo!

Cada casa tem seu poço


Gostaria de acrescentar alguma coisa?
O jornal UNITERÓI foi o primeiro veículo de comunicação que veio escutar o outro lado da moeda, porque os outros só meteram pau. A gente não quer ser clandestino e às vezes saem reportagens em determinados jornais falando que somos invasores, que desmatamos tudo e não é verdade. Preferem nos taxar de favelados e invasores à participar com a gente nessa luta. A prefeitura não procura a gente pra nada e não queremos ser considerados uns excluídos. Já fui inúmeras vezes lá e não recebemos nenhuma visita deles aqui. Não queremos problemas e sim soluções. Já estive várias vezes conversando com o Secretário de Meio Ambiente Jefferson e nada!
A tranqüilidade e a proximidade da natureza é realmente inacreditável. Parece que estamos em outro Mundo. Só queremos melhorar a qualidade de vida das pessoas e se conseguirmos melhorar dez per cento já é uma grande vitória para todos da Comunidade do Sítio da Aldeia. O resto a gente corre atrás.

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