terça-feira, 15 de abril de 2008

Por que o jornalista vive em uma camisa de força?

Texto:Fabio da Silva Barbosa
Fotos: retiradas da internet


Ao contrário do que muitos acreditam, o jornalista vive em uma apertada e sufocante camisa de força. Sua liberdade de escrita e de estilo é limitada ao máximo pelas empresas de comunicação. Um jornalista não pode ter visão diferente do veículo que o contrata. Ele vive sob uma ditadura ideológica sem precedentes. A imparcialidade é uma utopia, já que tem de prevalecer sempre a linha editorial. O que é linha editorial? É o que manda o dono do veículo e é policiado pelos editores. Em jornais como o Expresso ou o Meia Hora, por exemplo, a linha editorial é extrema, como em qualquer outro veículo de comunicação. Só se deve exaltar sexo e violência. Matéria cultural, não tem espaço.


Como escapar dessa violenta repressão? O jornalismo Gonzo foi uma alternativa. De acordo com a Wikipédia "O criador do estilo foi o jornalista norte-americano Hunter S. Thompson. O termo foi cunhado por Bill Cardoso, repórter do Boston Sunday Globe, para se referir a um artigo de Thompson. Segundo Cardoso, "gonzo" seria uma gíria irlandesa do sul de Boston para designar o último homem de pé após uma maratona de bebedeira. O mais famoso texto gonzo é "Fear and Loathing in Las Vegas" (literalmente "Medo e Delírio em Las Vegas", lançado no Brasil em 1984 pela editora Anima como "Las Vegas na Cabeça"), originalmente uma matéria sobre uma corrida no deserto, a Mint 400, encomendada pela revista Rolling Stone. Thompson gastou todo o dinheiro com drogas e álcool, fez enormes dívidas no hotel, destruiu quartos e fugiu sem pagar. Não cobriu o acontecimento e, no lugar da matéria que deveria escrever, descreveu o ambiente sob seu ponto de vista entorpecido e virou o precursor de um novo estilo jornalístico. O jornalismo gonzo é por muitos nem considerado uma forma de jornalismo, devido à total parcialidade, falta de objetividade e pela não seriedade com que a notícia é tratada, fugindo a todas as regras básicas do jornalismo. O estilo vigora até os dias de hoje e ganha maior número de adeptos entre jovens, que se interessam pela narrativa literária de vivências e descobertas pessoais em situações extremas ou de transgressão. Se o jornalismo gonzo é ou não um modelo jornalístico, se é subjetivo demais ou se não é digno de crédito, são questões que permeiam o ambiente acadêmico."

Olha a ironia. A Wikipédia lança a academia uma responsabilidade para algo tão belo e anti acadêmico quanto o Jornalismo Gonzo.


Mas a pergunta básica é: Quem são esses sábios que ditam o que vem e o que não vem a ser jornalismo? E essa da origem a outras como: Nós precisamos de suas opiniões? Temos de segui las? E se eu quiser fazer diferente? E se eu fizer? Serei lançado ao inferno por causa disso? Além do gonzo existem diversos outros tipos de resistência a esse engessamento da notícia, que não garante de forma alguma a tão comentada imparcialidade. O jornalismo comunitário é outro exemplo disso. Nele os próprios moradores locais fazem o papel da mídia, usando sua linguagem e atitude.

O blog tambérm vem sendo um importante meio de resistencia contra os hitlers da imprensa. Em comparação com os sites, eles são os fanzines da internet.

Não poderíamos deixar de citar aqui a geração que nos trouxe grandes nomes como Charles Bukowisk, que por muito tempo teve uma coluna no The Sun. Dessa coluna saiu o livo "Notas de Um Velho Safado."

Então qual a função dessa matéria? Muitas ou nenhuma. Mas nenhuma não pode? Quem disse que não pode? Mas aí não teria sentido. Mas quem disse que tem de fazer sentido? Tudo bem. Então supondo que tenha um... Qual seria? Talvez... Pense sobre as verdades . Aprenda a questionar. Resista. Ou quem sabe... Não veja a imprensa oficial e suas normas como a única forma de se informar ou produzir informações.


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