domingo, 29 de junho de 2008

Ídolos de Barro

Por: Alexandre Mendes

Desmistificar algumas das personalidades bem vistas historicamente pela sociedade, pois estas tiveram seus nomes postos em praças, ruas e avenidas, sem ter porquê merecer, como forma de homenagem. Repetimos, ao longo de nossas vidas, seus nomes quando nos dirigimos a tais lugares. Nomes que deveriam cair no esquecimento, ou então serem identificados com pessoas da política atual, com o objetivo de esclarecer os caminhos da política brasileira, aonde ela pode vir a chegar, nas mãos dos pares. Ainda podemos dizer que esses homenageados foram colaboradores da desestabilização a longo prazo de nosso desenvolvimento econômico, lutaram diretamente ou ideologicamente contra os movimentos a favor da democracia e igualdade. Indivíduos que apoiaram a monarquia escravocrata, ou a república "parcialista" (defendendo interesses burgueses).

Floriano Peixoto- O "consolidador da República" ou "Marechal de Ferro" foi um dos nossos primeiros ditadores da República. Com a Revolta da Armada, no Rio de Janeiro (1893) e a Revolução Federalista, no Rio Grande do Sul (1895), as tropas florianistas foram instruídas militarmente ao fuzilamento de centenas de pessoas consideradas "inimigas da República". Quem tiver a oportunidade de ler o livro "Triste fim de Policarpo Quaresma", do grande escritor Lima Barreto (taí um bom nome para se homenagear), entenderá o clima da época.

Rodrigues Alves- Fez inicialmente o jogo duplo, pois foi presidente de província na monarquia, e depois foi ministro da fazenda de Floriano Peixoto, na república. modernizou o centro do Rio de Janeiro, expulsando de forma violenta os moradores carentes para os morros próximos, ou lugares longínquos. Foi o responsável, ao lado de Oswaldo Cruz, pela Revolta da Vacina, através da violenta imposição da vacina da varíola, à massa carioca desfavorecida.

Oswaldo Aranha- Um dos maiores "puxa-sacos" do imperialismo norte-americano. Fez diversos empréstimos com os E.U.A, consolidando nossa divída externa. Foi embaixador do Brasil em Washington, e amigo pessoal de Roosevelt. Quando ministro das relações exteriores, no Estado-Novo, incentivou o Brasil à participar da 2ª Guerra, afim de agradar os norteamericanos.

Washington Luís- Não precisamos ir muito longe com a definição deste elemento, apenas ressaltamos a sua ideologia burguesa e indiferente aos interesses do povo, quando lembramos a sua forma de encarar a questão social como um caso de polícia, isto é, qualquer greve trabalhista estava sujeita à repressão policial, e a prisão sumária de seus participantes.

Estes homens citados anteriormente não chegam a metade dos nomes homenageados de forma injusta. O fato parece corriqueiro, mas devemos inovar nosso olhar sobre a história, afim de definir em nossa memória, os personagens desta densa trama, que se chama política nacional. Isto contribuirá positivamente para a identificação dos políticos, aonde eles querem chegar com suas filosofias. As praças, ruas e avenidas não deveriam levar o nome de indivíduos que apoiaram (ou apoiam) a vontade do povo? Em uma próxima oportunidade, estaremos novamente desmascarando os "coringas" da política.

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