sexta-feira, 20 de junho de 2008

WINTER BASTOS RESPONDE

RECEBEMOS O E-MAIL DE UM ESTIMADO LEITOR DIA DESSES, E COMO DE COSTUME O PRÓPRIO AUTOR VEIO RESPONDER. VOCÊS PODEM ESTAR SE PERGUNTANDO: O QUE O FABIO ESTÁ FAZENDO NA RESPOSTA DO WINTER? NADA. É SÓ QUE O E-MAIL VEIO COMO SE EU TIVESSE ESCRITO O TEXTO E MINHA PARTE É SÓ PASSAR O BASTÃO PARA ESSE VALOROSO COLABORADOR E REAL AUTOR. WINTER BASTOS, NOSSO MESTRE E COMPANHEIRO DE AVENTURAS.
(FSB)

Para-Sar, comentários e boatos

Por: Winter Bastos

Ainda em junho neste blog Comunidade, publiquei um texto sobre o capitão para-quedista Sérgio Macaco. Eu já estava até conformado em não encontrar nada postado a respeito da modesta matéria (, gente, sei que meus escritos não são grande coisa, mas acho que não custaria muito vocês me iludirem um pouco afagando meu ego com alguma opiniãozinha...). Qual não foi minha surpresa ao deparar com uma apreciação do artigo! Ei-la:

"Desculpe-me, mas o senhor Fábio (sic) não deve ter conhecido o meu amigo e colega Sérgio Macaco, uma pessoa íntegra, grande esportista e de grande valor pessoal, e saiu divulgando um boato sem nenhum fundamento.
Precisamos ser honestos e respeitar a verdade, para não sermos injustos.
Realmente, o Sérgio foi cassado de forma injusta, depois de ter sido absolvido em processo militar, por ter se desentendido com o Brig. Burnier, como eu, aliás, também fui. Mas se o senhor consultar o processo, tomará conhecimento de que ele, em nenhuma ocasião, no referido processo que correu na Justiça Militar, fez a alegação de que teria sido intimado a explodir qualquer coisa, mesmo porque este fato nunca existiu.
O que houve é que ele fora um dos criadores do PARASAR e não concordava que esta organização fosse usada para fins políticos, participando de repressão a movimentos de rua ou fotografando participantes, para que fossem identificados. Com o que eu concordava. Este foi o motivo do seu desentendimento com o Brig. Burnier que, arbitrariamente o acusou, causando a abertura do referido processo em que ele foi inocentado da prática de crime militar. Não satisfeito com isto, posteriormente o cassou. Mas esta estória de bomba ou atentados quaisquer jamais existiu.
E eu fui vítima, da mesma forma, de uma injustiça similar. Fui chefe do Serv. de Proteção ao Vôo de todo o Nordeste, cargo de coronel apesar de ser então apenas capitão, e chefiava mais de mil profissionais espalhados pelos aeroportos, torres de controle, estações de rádio e meteorologia, desde o Maranhão até a Bahia. Recebi vários elogios pelo meu desempenho até que descobri e denunciei um esquema de manipulação de licitações na Diretoria da DRAer, que envolvia vários coronéis e até um brigadeiro, participantes dos movimentos de 64. A partir disto, fui interrogado, fichado como comunista e "cassado" sob a pecha de subversivo e mentiroso.
Meu requerimento está na comissão de anistia do Min. da Justiça há vários anos, mas como nunca participei de qualquer movimento político e não tenho padrinhos, não é despachado e nem sequer ouviram as minhas testemunhas, uma delas, o brig. Lacerda, que também foi cassado, e agora está incapacitado com o mal de Alzheimer que o acometeu há quase um ano.

Pedro Paulo Rocha cap.av.eng. reformado ex-ofício, como o meu colega Sérgio Macaco"

Pedro Paulo, agradeço bastante teu comentário. Muito obrigado! Faço votos de que obtenhas sucesso na Justiça o mais rápido possível.

Realmente eu já havia lido acerca da proposta de Burnier que visava desvirtuar o Para-Sar, transformando-o num órgão repressor. Só não posso aceitar que meu textinho tenha se baseado em algum "boato sem nenhum fundamento", até porque nunca ouvi fofocas sobre Sérgio Macaco. Nas ruas as pessoas nem sabem quem foi este importante ser humano ("Sérgio Macaco?! Quem é? Algum cantor de funk?").

Por aí, lançam boatos é sobre jogadores de futebol e suas aventuras sexuais, atores de novela, participantes do "Big Brother Brasil" e outras estultices midiáticas.

Realmente não tive a honra de conhecer o valoroso capitão Sérgio, assim como não conheci Ideal Peres, José Oiticica, Domingos Passos, Fábio Luz, Neno Vasco, Lima Barreto, Zumbi dos Palmares, Maria Lacerda de Moura, Tiradentes, Edgard Leuenroth e tantos excelentes indivíduos que já viveram por aqui. Felizmente existem livros confiáveis e meios de pesquisa que nos permitem saber um pouco sobre essas relevantes figuras históricas.

No caso da proposta para a explosão do gasômetro, parece-me que a fonte mais confiável é o próprio Sérgio:

"O plano do Burnier era explodir a Sears, a embaixada americana e o Citibank. No mesmo dia das outras explosões deveríamos dinamitar o gasômetro da avenida Brasil. Isso permitiria uma matança de comunistas. Na lista de pessoas a serem exterminadas estavam o Lacerda, Jânio, o general Mourão Filho" – depoimento de Sérgio "Macaco" Ribeiro Miranda de Carvalho em fevereiro de 1987, citado na página 292 de "A Ditadura Envergonhada", de Élio Gaspari (São Paulo: Companhia das Letras, 2004), livro que recebeu o prêmio Academia Brasileira de Letras na categoria ensaio.

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