sexta-feira, 26 de setembro de 2008

O SOM DAS COMUNIDADES - 3° PARTE

TEXTO E FOTOS: FABIO DA SILVA BARBOSA E LUIZ HENRIQUE PEIXOTO CALDAS
ENTREVISTAS

FALA AMILCKA

Com mais de quinze nos de carreira, o MC Amilcka, que canta vários sucessos, que estão no gogó da rapaziada das diversas comunidades carentes de Niterói nos conta um pouco dessa nova etapa do funk.

COMUNIDADE: Como anda o seu trabalho nessa nova fase?

AMILCKA: O Funk mudou muito de perfil. Mudou para melhor. Estou na maior correria, na maior batalha. Graças a Deus. Estamos trabalhando com jovens de 16 a 25 anos, promovendo festas de paz, onde alegria e diversão acontecem. Acaba que não só os jovens, mas pessoas de diversas idades participam, já que é um ambiente super agradável, como vocês podem ver. Idosos comparecem trazendo seus filhos para curtir. Estamos também captando vários jovens que tem um trabalho interessante para mostrar e dando espaço a eles. Damos oportunidade.

COMUNIDADE: Existem nomes de destaque entre esses jovens?

AMILCKA: Claro. Todos são muito competentes. Temos grandes nomes que já possuem um público fiel. Posso citar aqui a companhia Top Dance, a Elite Show e tem também Os Perseguidores que estou lançando junto com @lpiste e já tem duas músicas emplacando, que são “Pose para foto” e “Língua igual a Motor”. Os moleques estão arrebentando.

COMUNIDADE: Por que a receptividade do funk tem sido melhor que alguns anos atrás?

AMILCKA: Porque é um trabalho feito sem violência. É um lazer tranqüilo.

COMUNIDADE: O que acontece nessas festas?

AMILCKA: A galera curte e dança ao som do funk, hip hop, aché... Rola todos os ritmos para agitar.

COMUNIDADE: A gente falou aqui sobre mudanças no perfil do funk. O que realmente mudou?

AMILCKA: Eu acho que a maior luta que tivemos até hoje foi à violência zero. Antigamente quando se falava em baile funk se pensava logo em violência, agora se pensa em dança, em curtição, em namoro e em beijo na boca. Pensa em Mulher Melancia, aquela coisa maravilhosa. O funk hoje é isso aí. Antigamente era coisa de maluco, hoje em dia já é mais bem aceito. Mas ainda falta muita coisa para conseguirmos chegar lá.

SOLTA O SOM @LPISTTE

@lpiste DJ Funk, 29, é a nova sensação do Funk Carioca. Morador da engenhoca, Travessa 28, está com a agenda lotada para os próximos meses. Mas atendeu a página da Comunidade com todo prazer.

COMUNIDADE: Como você conseguiu ser a sensação da nova safra do funk?

@LPISTE: O MC Amilcka que me lançou nesse projeto do funk. Comecei trabalhando na produção, ajudando com água e microfone. Um dia nosso empresário Sylvio Dávila resolveu me colocar como DJ. Hoje me formei como DJ. Hoje mesmo, dia 26 de julho. Agora posso dizer q sou realmente um DJ.com diploma e ninguém pode falar que não sou DJ,por que no começo me criticaram muito.

COMUNIDADE: O que você acha que é mais importante para uma trajetória de sucesso?

@LPISTE: A persistência. A pessoa tem de entender que nada é fácil, tudo q vem fácil vai fácil. Nada cai do céu.e tem q ter muita humildade. Nesse curso conheci pessoas deficientes que estavam lá correndo atrás. Cheias de vontade de viver.

COMUNIDADE: Além de estarmos aqui para fazer essa entrevista, estamos começando a filmar o documentário que vai contar sobre essa nova tendência dentro do funk, o que vai ser um ótimo exemplo para os jovens de comunidade. O que as pessoas podem esperar desse filme que estamos fazendo juntos?

@LPISTE: Olha rapaz... Em certo ponto vocês caíram do céu. È muito difícil ver uma rapaziada começar a fazer reportagem e botar o funk no meio. Por que há 12 anos atrás era discriminado. Eu espero que esse documentário seja o documentário que o funk merece há muito tempo. Eu, o Amilcka e os Perseguidores estamos juntos com a Comunidade Editoria e o Jornal Uniterói.

COMUNIDADE: Quando você diz que ele era discriminado quer dizer que hoje não é mais?

@LPISTE: Ele ainda é. Só que depois de “Som de Preto”, do Amilcka, você já vê o funk na televisão. Toca na Globo, na Record... Toca em qualquer lugar. Isso para a gente é muito bom. O preconceito ainda existe, só que você pode ver o entrosamento da classe média e da classe alta nos eventos. O que demonstra que isso diminuiu.


ANDRÉ LUIZ E A COMPANHIA TOP DANCE

André, produtor da Companhia Top Dance, nos falou um pouco sobre o trabalho da companhia, em meio aos preparos para a apresentação.

COMUNIDADE: Qual o seu papel na companhia Top Dance?

ANDRÉ: Produtor

COMUNIDADE: A quanto tempo existe a Top Dance?

ANDRÉ: Nove anos.

COMUNIDADE: Como são as apresentações?

ANDRÉ: tem as meninas e os rapazes que fazem uma apresentação de dança em vários estilos.

COMUNIDADE: Não é só funk?

ANDRÉ: Não. O funk é um dos ritmos. Também dançamos hip hop, axé, entre outros. Qualquer um que você quiser. Jazz também... tudo

PERSEGUIDORES SE APRESENTAM

Antes do show Os Perseguidores nos deram uma palhinha e fizeram as apresentações.

COMUNIDADE: Vamos fazer diferente com vocês. O microfone vai passar de mão em mão e cada um da o seu recado.

TOTA: Eu sou Tota dos Perseguidores e estamos juntos na correria com o DJ @lpiste e o MC Amilca. Só família.

Faísca: Nós somos Os Perseguidores e estamos na luta pelo funk do bem. Sou o vocalista Faísca.

PEPI: Sou Cléber dos perseguidores, nessa luta maior tempão, lutado por um funk melhor. Sem drogas e sem brigas. Funk do bem mesmo. Tamo junto.

TUCA: Esse é o nosso sonho, por isso estamos tanto tempo atrás. Esse é o nosso talento e é a única coisa que sabemos fazer.


AGRADECIMENTOS: A TODA COMUNIDADE FUNKEIRA POR NOS RECEBER COM TANTO CARINHO.

AGRADECIMENTOS ESPECIAIS: @LPISTE DJ FUNK, POR TER NOS APRESENTADO AO VERDADEIRO ESPÍRITO DO FUNK, QUE VAI MUITO ALÉM DO QUE A MÍDIA CONVENCIONAL MOSTRA.
MAIS FOTOS PODEM SER VISTAS NO PROFILE DO ORKUT COMUNIDADE EDITORIA

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