segunda-feira, 9 de março de 2009

COMUNIDADE INDÍGENA

TENDO EM VISTA OS COMENTÁRIOS CONSTANTES QUE ESTÃO CHEGANDO SOBRE A SITUAÇÃO DOS SAMBAQUIS DE CAMBOINHAS PEDIMOS AOS INTERESSADOS QUE ACOMPANHESM O DESENROLAR DOS MESMOS NOS COMENTÁRIOS DESSAS MATÉRIAS POSTADAS. CASO TENHAM ALGUM MATERIAL CONTENDO NOVIDADES SOBRE O ASSUNTO ENVIEM PARA NOSSO E-MAIL QUE POSTAREMOS COM TODO PRAZER AQUI. O ESPAÇO ESTARÁ SEMPRE ABERTO PARA LUTAS JUSTAS EM PROL DE COMUNIDADES CARENTES E MARGINALIZADAS. ESTAMOS TORCENDO PARA QUE ESSES PROBLEMAS SE RESOLVAM LOGO, PARA QUE POSSAMOS CONTINUAR NOS CONCENTRANDO NA LUTA.
DIVIDIR É ENFRAQUECER E DAR APOIO AOS QUE JÁ BUSCAM CONSTANTEMENTE UM MOTIVO PARA FALAR MAL.
FSBLHPC

2 comentários:

Anônimo disse...
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Anônimo disse...

O INCÊNDIO CENOGRÁFICO

No princípio, acreditando ser “uma fronteira entre a Humanidade e a especulação imobiliária”, solidarizei-me até onde pude com a instalação da família Guarani Mbyá em Camboinhas (estando no Espírito Santo, em TI Tupinikim/Guarani, não peguei a o início do aldeamento), chegando até a depor na Polícia Federal sobre as ameaças que antecederam o incêndio criminoso de julho de 2008, pois fui testemunha de que houve ameaças telefônicas, acompanhado do senhor Darci Trovão (Darci Nunes) à sede da PF no início do segundo semestre de 2008.

Seria interessante dizer que as ameaças que faziam ao ligar para o orelhão da aldeia foram feitas quando as senhoritas Norma e Mônica Bello estavam lá (e os homens Guarani no Centro de Niterói), não quando as senhoras Guarani estavam sozinhas: as ameaças à senhoritas Norma e Mônica, assim com à sua filha Maiarinha me fizeram rumar para lá, tornando-me testemunha involuntária de uma possível fraude.

Qualquer um que entrar em contato com a Polícia Federal pode constatar que estive lá no ano passado, por minha própria conta, acompanhando o senhor Darci - dia que o “ameaçado de morte”, senhor Valdetaro, não compareceu (lá, na Polícia Federal, poderão encontrar informações sobre minha presença – muito mais dignas de crédito do que qualquer coisa dita pelo senhor Darci e o senhor Valdetaro).

Naquele tempo, quando ainda estava “verde”, estabeleci amizade com o senhor Darci Nunes, conversamos sobre a questão da intocabilidade dos ossos, que me é muito cara, falei sobre a importância para toda humanidade dos Sambaquis Camboinhas, Duna Pequena e Duna Grande.

Não podia acompanhar o dia-a-dia do aldeamento, trabalhando no Rio de Janeiro e passando o fim de semana ocupado com decupagem de material digital captado no Xingu (e em volta com problemas de saúde). Mas cheguei a escrever um dossiê para o sr. Darci Nunes, após o incêndio criminoso, sobre os interesses imobiliários sobre o Sambaqui.

Ao retornar de uma internação médica, na antevéspera da reinauguração da aldeia, salvo engano, 11 de setembro de 2008, cheguei em Camboinhas por volta de 18 horas trazendo um dossiê sobre a questão eleitoral e os interesses sobre a área de Sambaqui, o senhor Darci Nunes trouxe uma caixa de cerveja geladinha do quiosque próximo à aldeia, bebemos: fiquei grogue por conta dos remédios e das misturas.

Era um dia quente e ainda faltava uma casa a ser levantada para a reinauguração, a palha estava estocada do outro lado da guarderia, depois da Casa de Reza – na direção do canal artificial entre a lagoa e o mar.

À essa altura já haviam algumas coisas me incomodando muito na ocupação, me preparava para conversar sobre isso quando uma labareda interrompeu a conversa: haviam posto fogo sobre as palhas e madeiras estocadas para as casas, junto com pranchas do velejador George Mollin – as chamas quase atingindo a Casa de Rezas.

Darci enquanto apagava o fogo me disse que seu irmão viu alguém correndo em direção à praia – eram um ou dois “ou mais”, disse (era, pois, um mais incêndio criminoso). O fogo lambia a praia e crescia na restinga, as chamas “comendo” a vegetação.

Tentava comunicação com 190, com a delegacia de Itaipu, com os bombeiros, os rapazes insistiram para não ligar para polícia: “Os bombeiros somos nós!”, repetiam zombeteira e desafiadoramente enquanto Darci e Kawaray apagavam o fogo que ameaçava atingir a Casa de Rezas, gastando toda a caixa d’água.

Não atentei para as evidências (estava com reflexos lentos provocados pela medicação e as cervejas), tão claro no olhar desafiador dos rapazes: os próprios moços Guarani haviam tocado fogo na palha e nas pranchas a mando de Darci Nunes.

Fazendo-me crer que um indíviduo ou um grupo de indivíduos havia posto fogo e fugido pelas dunas, quando eles próprios haviam posto fogo na palha doada e nas pranchas de George Mollin, me rondaram dúvidas sobre o famoso incêndio que trouxe a mídia para a aldeia, pois o única pessoa que havia se ferido no incidente de julho de 2008 fora Joaquim Benites (o único que dormia no momento do incêndio), o mesmo Joaquim que havia antes sido destituído do posto de cacique à base de pancadas em um golpe que trouxe o senhor Darci “ao poder” (poder de nada).

Mas essas reflexões só me vieram dias depois (quando me vieram as informações), isso ainda eu não sabia. E ainda acreditava que o fogo havia sido posto por indivíduos de fora da aldeia, milicianos provavelmente.

No dia seguinte, estimulado pelo próprio Darci, escrevi à mão um manifesto intitulado “Estão Querendo Acabar com Nossa Festa + Notificação de Atentado”, que Darci Nunes disse – diante de quatro testemunhas – que assinava, me autorizando a enviar aos contatos com o seu nome.

Portanto, Darci só não me fez crer que se tratava de um incêndio criminoso, como no dia seguinte reafirmava e dizia que assinava manifesto (mais um incêndio interessava, pois o último havia sido rentoso em termos de doações).

No dia posterior, data da Reinauguração (dia da Traição), um senhor ligado ao CCOB, que minutos antes havia instigado Darci a bater e expulsar um apoiador com opiniões independentes, veio me cobrar com violência o que havia escrito sobre Itaipu (sobre “facadas no escuro”, o que não nego que escrevi).

Darci, então, pressionado pelo CCOB (que não queria se envolver com mais uma fraude e nem assumir politicamente as tais “facadas no escuro na Região de Itaipu” às quais eu temia e deixei postado meu medo), negou três vezes o que tinha me estimulado a escrever e dito que assinaria.

Nesse caso, o “cacique” – como Judas – traiu, pelo menos, três vezes: a primeira, ao induzir ao erro; a segunda, ao insistir no dia seguinte com a farsa, estimulando-me a escrever o e-mail, tomando ciência do rascunho e dizendo, inclusive, que assinava; a terceira, ao negar o que disse e “assinou” diante de centenas de testemunhas.

Embora neguem que alguém haja ligado para os bombeiros ou para a polícia, eu liguei pessoalmente para bombeiros, 190 e delegacia de Itaipu naquela noite. Isso é fácil de checar e seguramente essa informação “não veio da aldeia”, a informação que dá sou eu. O senhor Valdetaro, a senhora Priscila e o senhor Darci podem sonegar a verdade, as autoridades constituídas no exercício de sua função (bombeiros, polícia militar, polícia civil) não podem.

Não senti mágoas, ganhei experiência: se por um lado entendi que se tratava de um desejo de “holofotes”, aprendi muito sobre até aonde vai a influência de grupos de interesse sobre o grupo Guarani. E também até onde vai a ausência de escrúpulos. Não assino nem escrevo mais petições de terceiros feitas de boca, um bom aprendizado.

Quanto o senhor Valdetaro me chamar de “mentiroso de carteirinha”, é quase um elogio pois ele difama e calunia todos que se prestam ao esclarecimento da verdade – não sou nem serei o único, já vi covardias maiores promovidas pelo senhor Valdetaro. E é sinal de que não tem respostas para o dossiê de que publiquei apresentando-o como o mais venal dos conspiradores profissionais, pois as provas são incontestes e ele não as refuta – apenas acusa, como já fez com outros que tentaram estabelecer a verdade (um procedimento conhecido nas ditaduras do mundo inteiro).

Gostaria que o senhor Valdetaro me explicasse como irá contra o Mercado Imobiliário tendo associado ao CCOB a Associação Fluminense de Engenheiros e Arquitetos, tirando o pão da boca de seus associados?

Quanto ao “mentiroso de carteirinha” sugiro a todos que se interessarem, a todos, todos, que investiguem sobre o que escrevi sobre o CCOB, assim como sobre o que escrevi acerca daquela noite, tanto como sobre o que acabo de escrever agora. O senhor Valdetaro pode sempre faltar à verdade, mas a verdade, no fim, se estabelece.

Para finalizar, o senhor Valdetaro mente até quando diz que o meu e-mail é “dos muitos que recebemos de sua autoria”, o senhor Valdetaro não recebe e-mail meu desde aquele que enviei de setembro de 2008 (e antes não recebeu muitos): até porque não tenho mais assunto a tratar com eles desde que vi com quem lidava (em setembro de 2008).

A não ser por esse e-mail em que fui deliberadamente induzido a erro por aqueles a quem protege, não irá encontrar coisa minha que possa ser maldosamente enquadrada como “ficcional” (Valdetaro se encontrou comigo na reinauguração, sabe muito bem que fui induzido a erro, queria vê-lo negar isso pessoalmente). Aliás, além desse e-mail, que eu me lembre, só houve um ou dois e-mails, comentando, inclusive, uma postura racista do CCOB (se quiserem, os repasso aos interessados, assim como o e-mail que os motivou).

Mais uma vez o senhor Valdetaro demonstra que, à falta de argumentação e não tendo como refutar os fatos, parte para a injúria e a calúnia, acusando-me de usar os mesmos artifícios que fazem parte do estilo dele de “esclarecer”.

Agradeço os elogios quanto às minhas ditas qualidades literárias, mas tudo o que escrevi é fato, podendo ser comprovado, é realidade pura e simples, quando escrevo ficção sou muito melhor. Quanto o senhor Carlinhos afirma que eu apareci “há cerca de um ano” ele erra redondamente mais uma vez: estou por aqui há mais de 35 anos e estarei por muito tempo ainda.

Nada incomoda mais do que a verdade.

Murilo Marques