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É hoje a grande apresentação do Ministério do Baião em apoio a Campanha do livro.
O ministro dando seu recado no microfone e o cigano na sanfona e teclado.
A primeira casa do lugar
Na época em que Charitas era um descampado, o aeroclube funcionava como aeroporto para pequenos aviões. O mecânico que consertava os aviões no hangar se Chamava José Rangel, o primeira a colonizar o Morro da Charitas, junto com Sofia Rangel, a cerca de 80 anos atrás. Depois vieram as outras famílias. A família Costa, a da Dona Nilda, Nilza, do Senhor Justiniano, Vermelhinho, entre outras que foram chegando.
Sérgio Luiz, nascido e criado no lugar lembra que não chegavam a dez famílias. “A minha mulher é da família Rangel. Isso que você vê aqui é o progresso dessas famílias.”
Clarismundo Costa chegou ao morro com nove anos e hoje com 70 conta que muita coisa mudou. O Colégio Assunção era de madeira e a paisagem que tinha acesso não é mais a mesma, pois os prédios estão tapando tudo. “Mas estou satisfeito onde vivo. É um lugar calmo com uma ótima moradia.”
A Associação de Moradores da Charitas existe dês de1992 e atualmente conta com Sérgio Luiz na presidência e Márcio como Vice-presidente. Ambos estão cumprindo o final do seu mandato com muita luta e aprovação da comunidade.
Ao contrário do que muitos acreditam, o jornalista vive em uma apertada e sufocante camisa de força. Sua liberdade de escrita e de estilo é limitada ao máximo pelas empresas de comunicação. Um jornalista não pode ter visão diferente do veículo que o contrata. Ele vive sob uma ditadura ideológica sem precedentes. A imparcialidade é uma utopia, já que tem de prevalecer sempre a linha editorial. O que é linha editorial? É o que manda o dono do veículo e é policiado pelos editores. Em jornais como o Expresso ou o Meia Hora, por exemplo, a linha editorial é extrema, como em qualquer outro veículo de comunicação. Só se deve exaltar sexo e violência. Matéria cultural, não tem espaço.
Como escapar dessa violenta repressão? O jornalismo Gonzo foi uma alternativa. De acordo com a Wikipédia "O criador do estilo foi o jornalista norte-americano Hunter S. Thompson. O termo foi cunhado por Bill Cardoso, repórter do Boston Sunday Globe, para se referir a um artigo de Thompson. Segundo Cardoso, "gonzo" seria uma gíria irlandesa do sul de Boston para designar o último homem de pé após uma maratona de bebedeira. O mais famoso texto gonzo é "Fear and Loathing in Las Vegas" (literalmente "Medo e Delírio em Las Vegas", lançado no Brasil em 1984 pela editora Anima como "Las Vegas na Cabeça"), originalmente uma matéria sobre uma corrida no deserto, a Mint 400, encomendada pela revista Rolling Stone. Thompson gastou todo o dinheiro com drogas e álcool, fez enormes dívidas no hotel, destruiu quartos e fugiu sem pagar. Não cobriu o acontecimento e, no lugar da matéria que deveria escrever, descreveu o ambiente sob seu ponto de vista entorpecido e virou o precursor de um novo estilo jornalístico. O jornalismo gonzo é por muitos nem considerado uma forma de jornalismo, devido à total parcialidade, falta de objetividade e pela não seriedade com que a notícia é tratada, fugindo a todas as regras básicas do jornalismo. O estilo vigora até os dias de hoje e ganha maior número de adeptos entre jovens, que se interessam pela narrativa literária de vivências e descobertas pessoais em situações extremas ou de transgressão. Se o jornalismo gonzo é ou não um modelo jornalístico, se é subjetivo demais ou se não é digno de crédito, são questões que permeiam o ambiente acadêmico."
Olha a ironia. A Wikipédia lança a academia uma responsabilidade para algo tão belo e anti acadêmico quanto o Jornalismo Gonzo.
Mas a pergunta básica é: Quem são esses sábios que ditam o que vem e o que não vem a ser jornalismo? E essa da origem a outras como: Nós precisamos de suas opiniões? Temos de segui las? E se eu quiser fazer diferente? E se eu fizer? Serei lançado ao inferno por causa disso? Além do gonzo existem diversos outros tipos de resistência a esse engessamento da notícia, que não garante de forma alguma a tão comentada imparcialidade. O jornalismo comunitário é outro exemplo disso. Nele os próprios moradores locais fazem o papel da mídia, usando sua linguagem e atitude.
O blog tambérm vem sendo um importante meio de resistencia contra os hitlers da imprensa. Em comparação com os sites, eles são os fanzines da internet.
Não poderíamos deixar de citar aqui a geração que nos trouxe grandes nomes como Charles Bukowisk, que por muito tempo teve uma coluna no The Sun. Dessa coluna saiu o livo "Notas de Um Velho Safado."
Então qual a função dessa matéria? Muitas ou nenhuma. Mas nenhuma não pode? Quem disse que não pode? Mas aí não teria sentido. Mas quem disse que tem de fazer sentido? Tudo bem. Então supondo que tenha um... Qual seria? Talvez... Pense sobre as verdades . Aprenda a questionar. Resista. Ou quem sabe... Não veja a imprensa oficial e suas normas como a única forma de se informar ou produzir informações.
Leia/ Estude/ Pense - Não deixe que pensem por você
Embora todo cidadão com um mínimo de consciência saiba que temos nossa parcela de culpa por não tomarmos as medidas mais simples para evitar epidemias como a da dengue no Rio de Janeiro, não podemos ignorar que o estado tem a obrigação de resguardar sua população de sofrer com tais surtos.
O Posto de Saúde desativado por falta de médico e a Associação de Moradores onde ocorrem diversas atividades para a comunidade.
Em 2007 o Estaleiro Mauá junto a Drogaria Farmais colaborou com a realização do AMOPE Notícias, um jornal anual que visou mostrar a história e a cultura do lugar, além das realizações da associação. O jornal ainda não conseguiu apoio para emplacar o número dois.
O ex-presidente e atual vice, Adriano Boinha, é um vínculo importante entre a associação e os estaleiros. Além de apoio para projetos, Adriano consegue emprego para muitos moradores. Ele conta que: “ Eles sabem que o pessoal daqui é trabalhador. Já nos conhecem. Nunca demos motivo para se arrepender de nos dar emprego.”
A gincana ecológica, a festa da igreja e os projetos sociais
Outra colaboração dada pelo estaleiro Mauá, foi relativo ao projeto Comunidade Limpeza, posto em prática através de uma gincana ecológica onde as crianças tinham de trazer material reciclável. Foram dados troféus e medalhas para os que trouxessem mais. O material foi pesado na hora e vendido. No final todos foram lanchar juntos. Em 2007 à gincana não pôde se repetir por não terem conseguido o mesmo apoio do ano anterior.
A festa da Igreja Nossa Senhora da Penha, erguida em 16 de novembro de 1902, no alto do morro, recebe sempre a colaboração dos estaleiros e da Petrobras, outra colaboradora importante nos projetos maiores, onde o apoio é essencial, já que a associação não tem fins lucrativos e não consegue por em prática todos os seus projetos.
A Igreja de Nossa Senhora da Penha é um dos orgulhos do lugar
Entre os eventos que acontecem na associação estão a capoeira e o jiu-jitsu comunitário, ambos gratuitos e realizados por pessoas oriundas da própria comunidade. O salão é alugado por um preço simbólico para ajudar nas despesas com água, luz e telefone. Algumas pessoas ajudam como associados pagando o valor de três reais mensais. “Estamos sempre trazendo o morador até a gente, por que se não houver colaboração, não só financeira, mas de pessoal, fica inviável dar seqüência ao nosso trabalho. Para continuarmos ajudando precisa haver participação. A associação está aqui para ajudar. Como vamos poder enviar ofício reivindicando melhorias se não tiver papel?”
Parques e Jardins está deixando a desejar
Foi mandado um ofício ao parques e jardins e feito várias ligações pedindo que viessem podar as árvores e vistoriar algumas que estão podres. Inclusive em frente a associação existe uma que está correndo risco de cair. Em dias de chuva as pessoas não freqüentam o lugar com medo que ela caia. Embora tenham ido ao local para averiguar o problema ainda não voltaram para resolver.
O saneamento, problema detectado em quase todas as comunidades visitadas até hoje, é precário, mas a iluminação e a Clin foram elogiadas. A água, embora também não seja um problema, veio a nos proporcionar um momento curioso. Existia um mistério igual ao registrado na matéria do Cavalão ( UNITERÓI N° 2 ). Quando um determinado manobreiro sempre estava de serviço não caía água, mas agora com a troca de funcionário está tudo correndo bem, sem precisar de nenhum tipo de obra ou coisa que o valha. Alguns canos estão furados, provocando desperdício de água, diminuindo a pressão e molhando constantemente o acesso ao morro.
Desafios pela frente
Existe um projeto para se construir uma quadra poliesportiva aonde hoje tem um campinho. Alguns moradores reclamam da poeira levantada no campo e aguardam ansiosos a conclusão do projeto. Segundo a presidente, o projeto já foi liberado assim como a verba, mas falta interesse político. “A associação está brigando para que esse dinheiro não acabe sendo desviado para outros fins, porque ele existe e ainda não veio para cá.”